«Somos as crianças do mundo. Ouvem as nossas vozes?»

Crianças ainda são demasiadamente invisíveis nos meios de comunicação social

Cerca de 660 participantes de 70 países participaram no congresso da SIGNIS, Associação Católica Mundial para a Comunicação, que se reuniu entre 17 e 21 de Outubro em Chiang Mai, Tailândia. O encontro teve como tema “Media para uma cultura de paz: Direitos das crianças, uma promessa para o amanhã”.

A assembleia acolheu igualmente uma centena de estudantes entre os 13 e 15 anos, provenientes das escolas da região, que participaram num atelier sobre “direitos da criança num mundo digital”. O congresso contou também com a presença de dez jovens jornalistas de vários países asiáticos.

A infância foi também evocada através da exibição de 200 lenços com mensagens e impressões de palmas das mãos de crianças de todo o mundo.

“As crianças e a juventude desafiaram a SIGNIS a assumir seriamente o nosso papel na promoção dos direitos dos mais novos, no contexto de sociedades que estão a ser transformadas através dos media”, afirmou o secretário-geral da organização, Alvito de Souza.

Promessa de amanhãs melhores

O presidente do comité organizador do congresso, Chainarong Monthienvichienchai, lembrou que “quando perguntavam ao futebolista Johan Cruyff o que fazia dele um jogador excepcional, ele respondia que ia para onde a bola se dirigia, e não para onde ela estava. Este ponto de vista tornou-se o lema de todos aqueles que estão comprometidos nas comunicações sociais, isto é, ir para onde está o futuro”, ou seja, para junto “das crianças, que são a nossa promessa de amanhã”.

A SIGNIS, por seu lado, “terá que se adaptar para continuar a ser relevante e activa num panorama digital em mudança”, defendeu Alvito de Souza.

“Com as crianças, para as crianças, dando voz aos sem voz: apesar destas intenções tantas vezes repisadas, as crianças são ainda demasiadamente invisíveis nos media; devemos fazer mais”, afirmou o presidente da SIGNIS no discurso de abertura do congresso.

“As autoridades eclesiais, em particular, devem renovar o seu apoio aos profissionais leigos que trabalham nos meios de comunicação católicos e que se encontram numa posição única para assumir de maneira criativa os desafios de um mundo digital, para o bem das nossas crianças”, que são a “promessa de amanhãs melhores”, referiu Augustine Loorthusamy.

Na mensagem dirigida ao Congresso, Bento XVI assinalou que a maneira como as crianças são formadas pelos media e o modo como os mais novos são educados a dar-lhes uma resposta apropriada “devem estar no centro das preocupações dos profissionais da comunicação”.

O primeiro-ministro tailandês, Abhisit Vejjajiva, enviou uma saudação de boas-vindas aos participantes, escrevendo que os “os media têm uma grande influência nos comportamentos, e neste mundo sem fronteiras podem ajudar a preparar as gerações futuras a construir a paz e a harmonia”.

Vídeo dedicado aos direitos das crianças

Os participantes do congresso assistiram à exibição de um vídeo sobre os direitos da infância, produzido pela SIGNIS e pelo Gabinete Internacional Católico para a Infância.

O documentário apresenta os comentários de crianças de treze países sobre questões relacionadas com respeito, pobreza, violência, família, trabalho, educação, saúde, deficiências físicas, justice e tecnologia.

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