Após a apresentação do esboço do Preâmbulo da Constituição Europeia, ocorrida no dia 28 de Maio, muitas têm sido as reacções de surpresa pela ausência de uma referência explícita ao património cristão. Giorgio Rumi, catedrático de História contemporânea na Universidade de Milão, confessou a sua desilusão numa entrevista concedida ao diário «Avvenire», confessa: «Sinto profundamente ofendido como cidadão europeu e como historiador». «Parece-me que entre Atenas, Roma e o Iluminismo – as três citadas – há algo decisivo no meio. Não falo de pretensões confessionais, mas desse nome pelo qual gerações inteiras viveram e esperaram. Ainda é possível que citar Cristo cause tanto medo hoje?». «O factor cristão é o mais unificante da Europa”, assegura. O «Praesidium» rejeitou também uma referência genérica a «crer em Deus», apresentada pelo ex-primeiro-ministro irlandês, John Bruton, membro desse órgão. Bruton explica, que «se trata somente do primeiro esboço do Preâmbulo, e nos próximos dias haverá um debate na Convenção. Portanto, há possibilidade e tempo para modificá-lo».