Solidariedade: Voluntários apoiam grupos de procura de emprego

Animadora diz que o fundamental é mudar forma de encarar a falta de trabalho

Lisboa, 02 mai 2012 (Ecclesia) – A implementação em Portugal de grupos de entreajuda para a procura de emprego (GEPE), projeto conjunto do Instituto Padre António Vieira e da Cáritas, está a contar com o apoio de vários voluntários espalhados pelo país.

Alterar a forma como as pessoas “encaram” a falta de trabalho “é o mais importante” para Tânia Sousa, que encara a participação neste projeto como uma forma de contribuir para o reforço da “auto confiança” de pessoas que, nos tempos mais próximos, vão estar a braços com inúmeros contactos e entrevistas.

Em declarações ao programa de rádio ECCLESIA, a psicóloga destaca a importância dos desempregados aprofundarem “relações” humanas, transformando os GEPE numa “rede” de partilha de possíveis oportunidades de trabalho e experiências de vida.

Depois de ter exercido durante algum tempo a sua especialidade de formação, na área da Psicologia Clínica, e de já ter sentido na pele o que significa estar fora do mercado laboral, Tânia Sousa trabalha por “conta própria” e dá primazia a oportunidades “remuneradas ou não” que lhe “permitam crescer enquanto profissional e como pessoa”.

[[a,d,3094,Emissão 01-05-2012]]“Atualmente os empregos já não existem, podemos é colaborar com alguma instituição e se calhar é por aí que as coisas têm de evoluir”, defende a voluntária, para quem a crise pode ser uma janela de oportunidade para “o que verdadeiramente importa”.

“Um hobby pode transformar-se numa oportunidade profissional e até permitir ter uma independência financeira”, sustenta.

O isolamento e a quebra de rotinas adquiridas no dia-a-dia são as principais dificuldades do desemprego, segundo Frederico Santos, voluntário da Cáritas, também formado em psicologia e integrado num grupo de entreajuda.

Por isso, estar incluído num núcleo com outras pessoas que convivem com as mesmas dificuldades “pode ajudar imenso”, realça o voluntário de 58 anos, que já passou pela experiência de não ter “nada que fazer”.

Para aquele responsável, a saída forçada do mercado de trabalho não deve ser encarada como se fosse o “fim da linha”, antes pelo contrário, deve ser vista como uma oportunidade de “renascer para outras coisas”.

 “É importante explicar isto às pessoas, que (o desemprego) não é uma coisa patológica, acontece na vida de todas as pessoas, porque a vida é feita de ciclos”, complementa.

Desempregada há cerca de um mês, Janine Cruz está no GEPE para ajudar os outros a “não perderem a esperança, porque a luta continua”.

Com a determinação de quem sempre encontrou pontos positivos na vida, esta futura licenciada em cardiopneumologia passa aos seus colegas a necessidade de “melhorarem todos os dias” e incentiva-os a “não desistirem” dos seus objetivos, independentemente da idade de cada um.

“Há muitas pessoas que estão mesmo por baixo, mas a idade não é um entrave desde que se deem oportunidades”, sublinha.

O programa da Igreja Católica na Antena 1 dá a conhecer até à próxima sexta-feira, sempre a partir das 22h45, testemunhos de quem se esforça por voltar ao mercado de trabalho.

Portugal chegou ao final de março com uma taxa de desemprego de 15,3 por cento, a terceira mais elevada da União Europeia, revelou hoje o Eurostat.

PRE/JCP

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