Solidariedade: Papa pede fim da guerra na Síria e lembra sofrimento das populações

Campanha internacional da Cáritas quer pressionar governos a encontrar solução política para o conflito

Cidade do Vaticano, 05 jul 2016 (Ecclesia) – O Papa associou-se hoje à campanha pela paz na Síria lançada pela Cáritas Internacional e evocou o sofrimento da população atingida pela guerra há mais de cinco anos.

“Hoje desejo falar-vos de uma coisa que enche de tristeza o meu coração: a guerra na Síria que já entrou no seu quinto ano. É uma situação de indizível sofrimento de que o povo sírio é vítima”, declara Francisco, na intervenção divulgada pela ‘Caritas Internationalis’ e o Vaticano.

A mensagem, disponível no YouTube, recorda um povo forçado “a deixar as suas casas, tudo”, a procurar “caminhos de fuga” para outros países ou para zonas da Síria menos atingidas pela guerra.

“Penso também nas comunidades cristãs, a quem dou todo o meu apoio, pela discriminação a que estão sujeitas”, acrescenta.

Francisco aponta o dedo aos traficantes de armas e a todas as potências internacionais que continuam a alimentar esta guerra.

“Alguns dos países que fornecem as armas estão entre aqueles que apelam à paz. Como podemos acreditar em alguém que nos acaricia com a mão direita e nos golpeia com a esquerda?”, questiona.

A Campanha da Cáritas ‘Síria: a Paz é Possível’ procura alertar para a importância de apoiar as conversações que visam o fim do conflito iniciado em 2011.

A organização católica de solidariedade fornece comida, cuidados de saúde, cuidados básicos, educação, abrigo, aconselhamento, proteção e bens de primeira necessidade na Síria e aos sírios refugiados nos países de acolhimento.

“As organizações nacionais da Cáritas chegaram a 1,3 milhões de pessoas apenas num ano”, refere um comunicado da Cáritas Portuguesa enviado à Agência ECCLESIA.

Eugénio Fonseca, presidente desta organização, precisa que o objetivo da campanha é “exigir um cessar-fogo imediato e eficaz, apelando aos governos que se comprometam com uma solução política para terminar o conflito”.

A Cáritas Portuguesa, como dinamizadora nacional da campanha, irá apelar ao Governo para que “participe ativamente” em soluções que possam pôr fim a esta guerra.

“Não podemos ficar de braços cruzados”, insiste Eugénio Fonseca.

O lançamento da campanha inclui um novo site – syria.caritas.org – no qual se podem encontrar obras de arte de artistas sírios como Tammam Azzam, um filme de animação sobre a guerra, diversas fotos galardoadas e testemunhos de sírios que viveram no país e que são refugiados, contribuindo para a sensibilização do Mundo para esta questão.

“Todos devemos reconhecer que não existe uma solução militar para a Síria, só uma solução política. A comunidade internacional deve, portanto, apoiar as negociações de paz para contribuir um governo de unidade nacional”, diz o Papa Francisco.

O pontífice argentino convida a rezar pela paz na Síria e pelo seu povo, "em vigílias de oração, em iniciativas de sensibilização com grupos, paróquias e comunidades, para difundir uma mensagem de paz, uma mensagem de unidade e de esperança".

A guerra na Síria causou centenas de milhares de mortes, mais de 6 milhões de deslocados internos e quase 5 milhões de refugiados.

OC

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