D. Jorge Ortiga abre III Fórum das Instituições de Braga alertando dirigentes e funcionários para a necessidade de «repensarem» formas de atuação
Braga, 25 nov 2011 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana (CEPSMH) sublinhou hoje, em Braga, que as instituições sociais da Igreja devem pautar a sua missão por um testemunho cristão livre de “partidos ou ideologias”.
“Quem trabalha nas nossas instituições nunca se pode deixar conduzir por critérios estranhos à arte de fazer o bem, para concretizar programas ou estratégias de partidos com possíveis vantagens pessoais, no presente ou no futuro”, referiu D. Jorge Ortiga, na abertura do III Fórum das instituições da diocese de Braga.
De acordo com um comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o arcebispo bracarense aproveitou o tema do encontro, “«Ação Social da Igreja – Que especificidade?”, para apelar à “coragem” dos dirigentes e funcionários, no sentido de repensarem o seu “agir social, como cristãos e Igreja”.
Reconhecendo que “não é fácil agir por um amor puro e gratuito” e que o trabalho sociocaritativo não é imune a “tentações”, o prelado salientou que a Igreja tem que dar testemunho de “Deus e Cristo” junto das diversas organizações sociais com quem colabora.
“Não podemos ter medo de afirmar a nossa identidade com as exigências que isto comporta, no âmbito do profissionalismo mas sobretudo no espírito que as anima”, apontou o presidente da CEPSMH, para quem os utentes “necessitam de algo mais” do que qualidade e competência.
Precisam de “um conjunto de atenções sugeridas pelo coração”, que passe por cima da “frieza profissional” e dos “números”, e que faça com que doentes e necessitados “sintam uma profunda riqueza de humanidade”.
“Sei que estas palavras incomodam muita gente. Não tenho receio de as pronunciar e espero que possam ser pretexto para um sério debate e diálogo, de modo que sejam compreendidas no seu genuíno significado”, apontou D. Jorge Ortiga.
O arcebispo bracarense concluiu a sua mensagem com uma critica àqueles que “adoram revelar estatísticas da ação social na praça pública, sem sequer referir o papel social da Igreja Católica”.
“Seria oportuno que se reconhecesse a importância da assistência social da Igreja e da sua especificidade”, sustentou.
O III Fórum das instituições da diocese de Braga, que está a decorrer no Auditório Vita daquela cidade, conta com a participação de diversos organismos ligados à pastoral social, como IPSS’s, Caritas, Conferências Vicentinas e grupos de ação social.
Segundo o programa, o dia será preenchido com temáticas como a “Identidade Cristã da Ação Social de Igreja” e “A Ação Social de Igreja como evangelizadora de todos e da vida toda”.
JCP