Solidariedade: Lisboa acolhe peregrinações com população sem-abrigo

D. Rui Valério fala sobre iniciativa e manifesta desejo de realizar projeto durante este ano pastoral

Lisboa, 17 fev 2025 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa revelou este domingo que estão a realizar-se peregrinações, na capital, com população em situação de sem-abrigo.

“Ao longo do percurso nós escutamos uma leitura da palavra de Deus, recitamos uma dezena de Santo Rosário”, referiu D. Rui Valério, em declarações aos jornalistas, no final da ordenação episcopal de D. Rui Gouveia.

Quando chegam ao local, é realizada uma atividade que leva pessoas em situação de sem-abrigo a descobrir o significado de vários conceitos.

“Da última vez foi o significado da água, a partir da Bíblia”, esclarece o patriarca.

Segundo D. Rui Valério, as peregrinações são participadas por pessoas a título individual, ficando a faltar “dimensão comunitária”, isto é, um grupo de apoio que auxilie o projeto.

“Nós estamos verdadeiramente comprometidos, estamos consciencializados, e a nossa ideia é que no decorrer deste ano pastoral se organize um laboratório, um projeto que vai ao encontro daquilo que nós verdadeiramente queremos”, destacou.

A revelação da realização da iniciativa surgiu quando D. Rui Valério foi questionado sobre em que fase se encontra a paróquia dedicada a pessoas sem-abrigo, que já antes manifestou intenção de implementar.

“Nós estamos a trabalhar muito afincadamente sobre isso, como disse na altura, de chamar-lhe paróquia, ou quase paróquia, ou então uma instituição, isso para já é secundário”, afirmou o patriarca.

“Aquilo que agora estamos verdadeiramente mobilizados é na consciencialização do seguinte, realmente os nossos irmãos e as nossas irmãs que estão na condição de sem-abrigo, ao mesmo tempo que necessitam do apoio a nível alimentar, a nível de roupa, a nível de medicamentos, a nível de habitação, há uma outra dimensão que é fulcral, que é a dimensão espiritual, é a dimensão pastoral”, desenvolveu.

D. Rui Valério fala na possibilidade de as pessoas em situação de sem-abrigo serem escutadas, “terem acesso à palavra de Deus, a uma meditação da palavra para serem iluminados nas suas nas suas existências, na construção de um significado de vida”, o acesso aos sacramentos.

“E há uma consciencialização generalizada para que isto realmente aconteça. Posso-vos dizer que ainda esta semana eu tive dois encontros a propósito desse projeto. E foi muito bonito, porque em Lisboa já tanto se faz neste sentido. Inclusivamente em proporcionar aos nossos sem-abrigo, por exemplo, uma manhã de peregrinação em que se parte de uma localidade, de um ponto da nossa cidade”, indicou.

Em outubro de 2024, o patriarca de Lisboa afirmou que o projeto dedicado a pessoas em situação de sem-abrigo iria “ganhar forma e corpo” no Ano Santo 2025, salientando que este já se ia realizando, evocando grupos de voluntários, no qual se insere, que levam a esta população alimentação, roupa e medicamentos.

“A minha presença e o meu aproximar-me dos irmãos e das irmãs que estão na rua, não é tanto para lhes oferecer o alimento que há quem o faça”, mas sim dialogar com eles e escutá-los “profundamente”, disse na ocasião.

LJ/OC

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