Solidariedade: Igreja na República Centro-Africana acolhe muçulmanos ameaçados

Lisboa, 08 jul 2014 (Ecclesia) – O padre Justin Nary responsável pela igreja de Carnot, no oeste da República Centro-Africana, abrigou cerca de “mil muçulmanos que estavam a ser perseguidos”, revelou a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

“A coragem do padre Nary transformou o quintal da sua igreja no mais improvável espaço inter-religioso da República Centro-Africana. O portão que separa a igreja da rua está guardado por soldados da missão de paz da União Africana” e “à distância pelos homens armados das milícias”, explica a AIS.

“Quando os capacetes azuis se forem embora, matamos-te!”, conta o padre Justin Nary, responsável pela igreja de Carnot, na cidade com o mesmo nome, a oeste de Bangui, a capital da Republica Centro Africana.

No comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a Fundação informa que por “quatro vezes encostaram uma arma à cara” do sacerdote e que é “raro o dia em que não recebe ameaças de morte”.

O conflito na República Centro Africana começou em Março de 2013, com um golpe de Estado “liderado por Michel Djotodia, que pertencia às milícias Séléka, que derrubou o presidente cristão François Bozizé”, já causou “milhares de mortos e mais um milhão de refugiados”, contextualiza a AIS.

Depois dos ataques da milícia Séléka as populações locais organizaram grupos de autodefesa, os Anti-Balaka, “erradamente conotados como sendo um movimento cristão”, explica o comunicado.

“Os Anti-Balaka não são cristãos. São ladrões que estão a lucrar com a revolta contra os muçulmanos”, disse ainda o padre Dieu-Seni Bikowo, à Fundação AIS.

AIS/CB/OC

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