«Não podemos abandonar esta Igreja que luta para apoiar o seu povo nestes tempos difíceis» – Thomas Heine-Geldern
Lisboa, 17 ago 2021 (Ecclesia) – A Fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) aprovou uma ajuda de emergência de meio milhão de euros para a população haitiana, após o terramoto de magnitude 7,2.
“O terramoto de sábado conseguiu lançar milhares de famílias para uma situação ainda pior do que todas as outras. É de facto uma situação impossível e as pessoas estão em choque”, observou o presidente executivo internacional da AIS, divulga o secretariado português da fundação pontifícia.
Thomas Heine-Geldern revela a que a Fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre recebeu “alguns relatos comoventes” e lembra que o terramoto atingiu o Haiti para “além de tudo” o que a população já vive, “conflitos políticos que o país enfrenta desde 2019” e apenas um mês após o assassinato do presidente da república, Jovenel Moïse, no início do mês de julho, e “no meio de ondas de violência e raptos que afligem o país”, que vive “uma grave seca e falta de água que já colocaram a população rural numa pobreza ainda mais profunda”.
A AIS “une-se em orações pelas vítimas” e aprovou uma ajuda de emergência de “meio milhão de euros para a população haitiana”, após o terremoto de magnitude 7,2 de sábado, dia 14 de agosto, que provocou a morte de 1419 pessoas e cerca de 7000 feridos, segundo os dados provisórios da Protecção Civil do Haiti divulgados na madrugada desta terça-feira.
“Temos consciência do grande esforço feito pela Igreja local para dar esperança às pessoas nesta situação de desespero, depois de tantos desastres naturais, no meio da violência e da pobreza extrema. Não podemos abandonar esta Igreja que luta para apoiar o seu povo nestes tempos difíceis”, desenvolveu Thomas Heine-Geldern, manifestando ainda preocupação pelas notícias da aproximação de mais um furacão da costa do Haiti.
A organização internacional está em contacto com os responsáveis das dioceses mais atingidas pelo terramoto, cujo epicentro foi localizado a 160 km da capital, para traçar os projetos de ajuda “mais necessários neste momento”, que vão ser definidos nos próximos dias.
“O terremoto afetou todo o sul do país. Principalmente as Dioceses de Les Cayes, Anse-á-Veau e Jeremie. O terramoto destruiu a única via de acesso a Jeremie, que ficou isolada, por isso temos menos informações sobre esta parte da ilha, mas sabemos que também foi muito afetada”, referiu o presidente executivo internacional da AIS.
A Cáritas Internacional também está a dinamizar uma campanha de angariação de fundos para apoiar a Caritas Haiti e as doações podem ser feitas online.
“Há uma demanda absoluta por alimentos, água, barracas, kits de higiene e primeiros socorros”, explica o diretor da Caritas Haiti, o padre Jean-Hervé François, num comunicado enviado à Agência ECCLESIA pela Cáritas Internacional.
O Papa Francisco apelou à ajuda da comunidade internacional para o Haiti, este domingo, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação da oração do ângelus.
Em janeiro de 2010, o Haiti registou um terramoto de 7 graus na escala de Richter que causou 300 mil mortos e afetou 1,5 milhões de pessoas.
CB