Solidariedade: «Evangelho forma-se pela caridade», assinalou D. Manuel Clemente

Academia Portuguesa de História evocou os 200 anos de Frederico Ozanam

Lisboa, 12 dez 2013 (Ecclesia) – A Academia Portuguesa de História promoveu hoje, em Lisboa, uma sessão de estudos plena de atualidade “evangélica e social” sobre Frederico Ozanam, fundador das Conferências de São Vicente de Paulo, assinalou o patriarca de Lisboa.

“O que Frederico Ozanam descobriu ou redescobriu há 200 anos, na universidade em Paris, com os seus colegas, foi que o Evangelho forma-se pela caridade. Ou seja, não há afirmação evangélica que não tenha consequência prática se for autêntica”, explicou D. Manuel Clemente à Agência ECCLESIA.

“Penso que a coisa mais importante é a atenção que ele deu à outra pessoa, o saber que o outro existe, o saber que a outra pessoa está lá e que se calhar precisa da nossa palavra, do nosso encontro, da nossa amizade, da nossa presença no mundo em que também se esquecem as pessoas para se pensar nos sistemas, como se a pessoa não tivesse importância nenhuma”, revelou por sua vez Manuela Mendonça, presidente da Academia Portuguesa de História

Para a responsável Frederico Ozanam “é um homem que fez história e que foi história e a Academia Portuguesa de História tem naturalmente todo o gosto em invoca-lo”.

O patriarca de Lisboa, que apresentou o tema «O tempo de A.F. Ozanam», acrescentou que a redescoberta do fundador das Conferências de São Vicente de Paulo, “basicamente é o que Jesus Cristo oferece e de uma premência enorme, basta ver que é o que está dentro agora desta exortação do Papa Francisco”: “Do princípio ao fim o que ele pede é que a Igreja seja missionária da caridade e da proximidade de toda a gente, do concreto do Evangelho na vida”.

Manuela Mendonça assinalou também que as Conferências atualmente combatem um mundo individualista mas “sobretudo o mundo que anda a reboque da economia e da finança onde tão poucos têm tanto e tantos não têm nada”.

Para D. Manuel Clemente, a rede que Frederico Ozanam conseguiu mobilizar, inicialmente com colegas e professores da universidade e depois fora dela, foi “na proximidade com todos os pobres e todo o tipo de pobreza e daqueles que precisavam de ser verdadeiramente ajudados se redescobrisse o que é o cristianismo na sua essência”.

A atualidade da forma de ajudar das Conferências Vicentinas, com cerca de 200 anos, “é plena” e D. Manuel Clemente valoriza “a ideia da Academia de dedicar uma sessão específica ao beato Frederico Ozanam”.

Os outros temas apresentados na Academia Portuguesa de História foram «Vida e obra de A. F. Ozanam» por Maria de Fátima Reis e «As Conferências de São Vicente de Paulo».

LFS/MD/CB

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top