Solidariedade: Diocese do Algarve quer «trabalhar ainda melhor» na ajuda aos mais afetados pela crise

«Vamos ser resposta e vamos envolver outros na resposta» – D. Manuel Quintas

Foto: Agência ECCLESIA/HM

Faro, 18 set 2020 (Ecclesia) – O bispo do Algarve afirmou que as comunidades católicas querem “trabalhar ainda melhor”, estando atentos para ajudar e apoiar as pessoas que foram afetadas pela pandemia deCovid-19.

“Vamos trabalhar ainda melhor, vamos sensibilizar-nos para isso, vamos ser resposta e vamos envolver outros na resposta, e, sobretudo, estar atentos àqueles que precisam e não têm ainda coragem de manifestar essa necessidade”, referiu D. Manuel Quintas à Agência ECCLESIA.

O bispo do Algarve confessou que lhe causa “aflição” ver pessoas que precisam de ajuda, mas “têm receio, relutância” em pedi-la.

“A grande ajuda é que não perca o emprego e os outros possam encontrá-lo para se bastarem a si mesmo. Mas, entretanto, como se faz para a água, para a luz?”, questionou.

Neste contexto, adianta que a Cáritas Diocesana do Algarve tem prestado essa ajuda e reforçado os refeitórios sociais.

“As paróquias que não tiverem capacidade de reposta que se unam a outras entidades, temos de trabalhar em rede, em sinergia, envolvendo as autoridades locais, elas estão abertas a isso, dizem ‘estamos aqui para ajudar, temos a nossa ação social também’”, indica o responsável católico, que publicou em agosto a nota pastoral ‘Na linha da frente para vencer a indiferença’.

Não podemos ficar indiferentes, Não podemos pôr-nos à margem, Não podemos pensar que isto não é connosco, que este mundo com pandemia não nos diz respeito”.

O bispo do Algarve destaca que a dimensão social, a dimensão sociocaritativa são a “essência do ser Igreja, de ser discípulo de Cristo” e sem esse elemento “não se é verdadeiro discípulo e a Igreja não é verdadeira Igreja”.

D. Manuel Quintas sustenta que “a maturidade da fé” passa pelo cuidado do próximo, porque “a caridade é a fé em movimento, dá autenticidade à fé”, e é um “envolvimento” da pessoa em relação à outra pessoa que tem necessidade”.

Foto: Agência ECCLESIA/HM

“Uma comunidade pode pensar que é madura liturgicamente, nas celebrações, nas ações, mas se lhe falta esta dimensão da caridade pode ser apenas fogo-de-artifício que dá nas vistas mas não é expressão de uma conversão interior e de adesão plena à pessoa de Cristo, porque a vida de Cristo é para o irmão, é ter a atitude do samaritano”, desenvolveu.

Na entrevista, onde falou também sobre o regresso à vida comunitária na diocese e dos seus 20 anos de ordenação episcopal, D. Manuel Quintas lembra que a pandemia de Covid-19, ao afetar o turismo, “alterou a vida em todas as regiões, e de maneira particular no Algarve”.

“Não havendo alternativas de vida e sobretudo emprego, isso tem uma incidência muito grande na vida das famílias, na vida laboral, na vida social, porque sabemos que ligado ao turismo há tanta coisa, a tantos níveis e mexe com a vida toda e mexe com tudo. Já prevíamos e já sabíamos que iam ser tempos difíceis, como estão ser tempos difíceis”, analisou.

O início do ano pastoral na Diocese do Algarve vai estar em destaque na emissão do programa 70×7 (RTP 2), no próximo domingo, a partir das 07h30.

HM/CB/OC

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