Solidariedade: Cáritas lança concurso de ideias para criação de rede social para seniores

Aumentar a interação entre todas as faixas etárias dentro da Igreja Católica é uma das medidas avançadas para repensar envelhecimento ativo

Lisboa, 05 dez 2012 (Ecclesia) – A criação de uma rede social dirigida a idosos e o aumento da colaboração entre faixas etárias na Igreja Católica foram algumas das ideias lançadas esta terça-feira pela Cáritas Portuguesa, no âmbito do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo.

O objetivo da plataforma na internet “é combater a exclusão da população idosa e alertar a comunidade em geral para os problemas inerentes à solidão”, explicou Cláudia Fernandes, do portal ‘InoCrowd’, durante a conferência de imprensa realizada em Lisboa.

A empresa portuguesa, especializada em ligar instituições que precisam de ultrapassar um problema ou inovar os seus serviços a investigadores de todo o mundo que queiram sugerir respostas para esses desafios, abriu um concurso de ideias para a criação da rede social que a Cáritas quer promover.

A nova plataforma deve ter espaço para as empresas colocarem informação sobre produtos dirigidos aos seniores, bem como para empregadores que queiram apresentar ofertas de emprego.

As propostas devem ser enviadas até 4 de fevereiro através da página da ‘InoCrowd’ e o autor do conceito escolhido pela Cáritas ganha cinco mil euros, a atribuir pela instituição ou por mecenas.

A medida é a primeira de um “banco de ideias” aberto pela Cáritas para acolher sugestões de projetos que deem a todas as faixas etárias “a possibilidade de, em paridade, serem membros ativos da sociedade”, referiu Maria do Rosário Carneiro, coordenadora do grupo de trabalho para o envelhecimento ativo.

Entre as propostas avançadas pela equipa criada em fevereiro inclui-se o levantamento das carências individuais e organizacionais das paróquias, ao mesmo tempo que se constitui uma bolsa que disponibilize “capacidades, competências e soluções” para responder às necessidades, apontou.

Para Maria do Rosário Carneiro o desemprego traz a “libertação de capacidades que deixaram de ter o seu lugar próprio no mercado de trabalho” mas que podem ser aplicadas nas comunidades católicas.

O grupo de trabalho defende a aplicação “concreta” da “solidariedade intergeracional” na estrutura das paróquias, dado que “todas as idades são necessárias para a promoção do bem-estar”, rejeitando um modelo de funcionamento em que “todos falam muito pouco entre si” e onde se acentua a “fragmentação” entre faixas etárias.

A Cáritas propõe-se também elaborar um guião “indutor de ideias, temas e exemplos” que sejam desenvolvidos a nível teórico e prático, disse a responsável, acrescentando que as paróquias devem coordenar as suas ações com juntas de freguesia, centros de saúde e outras associações.

“Gerar trabalho em conjunto não é só intergeracionalmente; é também com o recurso a vários parceiros que compõem a comunidade”, vincou.

A abertura de um site que faculte o acesso a estas ideias e as estenda às estruturas nacionais da Cáritas, foi também referida por Maria do Rosário Carneiro.

O Parlamento Europeu e a Comissão Europeia declararam 2012 como o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre as Gerações, para “promover uma cultura de envelhecimento ativo na Europa, convocando valores europeus como a solidariedade, a não discriminação, a independência, a participação, a dignidade, o cuidado e a autorrealização das pessoas idosas”.

RJM

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Agência ECCLESIA

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