Protocolo retribui apoio de famílias portuguesas a mais de 5500 meninos e meninas austríacas após a II Guerra Mundial
Lisboa, 24 jan 2013 (Ecclesia) – As Cáritas de Portugal e Áustria subscrevem hoje, em Lisboa, o protocolo relativo a uma campanha de angariação de fundos das duas organizações católicas em favor de crianças de famílias portuguesas carenciadas.
O acordo vai ser assinado pelo presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, e o secretário-geral da congénere austríaca, Bernd Wachter, numa sessão marcada para as 18h30 no Centro Cultural de Belém (CCB), revela uma nota de imprensa enviada à Agência ECCLESIA.
O “memorando de entendimento” radica nos anos que se seguiram à II Guerra Mundial (1939-1945), quando “mais de 5500 crianças austríacas foram acolhidas em famílias portuguesas no quadro duma ação da Cáritas”, escapando às consequências do conflito.
“Os contactos calorosos entre as ‘crianças Cáritas’, entretanto adultas, e as suas famílias portuguesas perduraram ao longo das décadas e das gerações, constituindo uma forte corrente de amizade entre a Áustria e Portugal”, refere o comunicado.
O embaixador da Áustria em Portugal, Bernhard Wrabetz, sublinha que “há muitas crianças portuguesas duramente afetadas pela atual crise”, pelo que “este é o momento certo para transmitir um sinal de solidariedade e agradecer a generosidade de Portugal para com crianças austríacas após a Segunda Guerra Mundial”.
O programa da sessão, que termina com uma apresentação do fadista Marco Rodrigues, prevê intervenções da “criança Cáritas” austríaca Fini Gradischnig e da sua “irmã” portuguesa, Zulmira Garcia.
O evento é acompanhado pela inauguração de uma exposição no CCB sobre as “Crianças Cáritas” austríacas, que mostra em imagens e documentos “o abnegado auxílio de Portugal”.
A mostra, que pode ser visitada de sexta-feira até 31 de janeiro no piso da Receção do Centro de Reuniões, vai ser exibida nos próximos meses no Porto, Évora e Algarve.
A Cáritas Portuguesa, união da 20 Cáritas Diocesanas distribuídas pelo território nacional, rege-se pela doutrina social da Igreja, dando resposta às situações mais graves de pobreza, exclusão social e situações de emergência em resultado de catástrofes naturais ou calamidade pública.
RJM