Organização católica internacional destaca «ameaças» da guerra, alterações climáticas e desigualdade económica
Roma, 19 ago 2023 (Ecclesia) – A confederação internacional da Cáritas assinala hoje o Dia Mundial da Ajuda Humanitária, evocando que dedica a sua vida aos outros, perante “ameaças” como a guerra, as alterações climáticas e a desigualdade económica.
“Os trabalhadores humanitários enfrentam, cada vez mais, o desafio de responder a emergência complexas”, refere Alistair Dutton, secretário-geral da ‘Caritas Internationalis’, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
O responsável destaca a dedicação dos membros da Cáritas aos “mais vulneráveis”, para garantir a defesa dos seus direitos.
O Dia Mundial da Ajuda Humanitária celebra-se anualmente a 19 de agosto, em memória das 22 vítimas do atentado contra as Nações Unidas em Bagdade, Iraque.
Alistair Dutton destaca, na sua mensagem, o trabalho desenvolvido na Ucrânia, que considera “exemplar”, na resposta às necessidades da população afetada pela guerra.
“As pessoas que servimos não são meros objetos da assistência humanitária, elas estão no centro da nossa ação. Consideramos todas as suas necessidades, não só materiais, mas também sociais, psicológicas e espirituais”, indica o secretário-geral da ‘Caritas Internationalis’.
A organização católica destaca os sacrifícios assumidos pelos seus trabalhadores, em contextos como a guerra na Síria ou o recente terramoto na Turquia.
Em 2022, após a erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, a Cáritas Tonga ofereceu assistência humanitária para salvar vidas, num momento em que o país estava isolado do resto do mundo.
“Graças ao trabalho de pré-posicionamento de reservas de emergência, a Caritas Tonga pôde ajudar as comunidades afetadas, distribuindo itens não-alimentares e sistemas de água potável”, disse o cardeal Soane Patita Paini Mafi, bispo de Tonga e presidente da Caritas Oceânia.
A organização católica alerta para “inúmeras crises” e situações de “pobreza extrema” que se agravaram com a falta de atenção da comunidade internacional, falando numa “crise alimentar sem precedentes” nas regiões do Sahel e do Corno de África.
“Como agentes humanitários, lidar com todas essas crises é uma tarefa enorme que não podemos deixar de assumir, porque todos no mundo merecem uma vida decente e acesso às coisas essenciais de que precisam”, assinala Alistair Dutton.
A confederação internacional da Cáritas integra 162 organizações nacionais, presentes em mais de 200 países e territórios, incluindo Portugal.
O tema do Dia Mundial da Ajuda Humanitária de 2023 é ‘No Matter What’ (‘haja o que houver’, em tradução livre).
O Papa assinalou a data, recorrendo ao Twitter.
“É nossa responsabilidade ajudar a erradicar o ódio e a violência dos corações humanos”, escreveu Francisco.
A mensagem apela para a que “as armas sejam retiradas e que haja uma redução nos gastos militares, para que as necessidades humanitárias possam ser atendidas e para que instrumentos de morte sejam transformados em instrumentos de vida”.
OC
Igreja/Sociedade: Cáritas deixou desafio de promover lideranças juvenis