«Mais do que nunca faz sentido rezarmos juntos», sublinha diretora do secretariado português da fundação pontifícia, perante «dias difíceis» que mundo atravessa
Lisboa, 14 out 2024 (Ecclesia) – A diretora do secretariado português da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) afirmou que a campanha “Um milhão de Crianças Rezam o Terço pela Paz”, que se realiza na sexta-feira, procura ser um “sinal de esperança” no mundo atual.
“Mais do que nunca faz sentido rezarmos juntos pela paz, porque estamos a viver dias tão difíceis e por isso seria muito, muito importante que, de facto, conseguíssemos ultrapassar este número de um milhão de crianças a rezar o Terço neste dia 18 [de outubro]”, afirmou Catarina Martins de Bettencourt, em declarações à Agência Ecclesia.
A fundação pontifícia promove pelo 19º ano consecutivo a jornada de oração, com envolvimento dos 23 secretariados da AIS, que junta crianças de todo o mundo a rezar pela paz, com o epicentro na Capelinha das Aparições, no Santuário de Fátima.
A iniciativa pretende juntar mais de um milhão de crianças a rezar pela paz, uma marca já superada no ano de 2023, com 1,012,789 inscrições, de cerca de 80 países de todos os continentes, e alertar para as tantas guerras que estão a acontecer, não só as divulgadas na rádio e na televisão, mas tantas outras que “estão esquecidas”, refere Catarina de Martins Bettencourt.
“Nós queremos, de facto, alertar todas as pessoas que existem estas guerras, que estamos a passar por estas dificuldades e que com a nossa oração, todos juntos, de facto, poderemos fazer alguma coisa diferente, podemos fazer algo diferente no mundo”.
Catarina de Martins Bettencourt realça que, em Portugal, há “cada vez mais escolas”, “mais catequistas”, que se juntam e que querem “rezar neste dia com as suas crianças pela paz no mundo”.
No dia 18 de outubro, pelas 18h30, as crianças vão rezar o Terço pela paz, a partir do Santuário de Fátima, na Capelinha das Aparições.
“É muito bom, de facto, o santuário mais uma vez associar-se a esta iniciativa de rezar pela paz e também termos a presidência deste terço com o D. António Marto que mais uma vez também aceitou este convite para estar connosco”, assinalou a responsável.
“Estamos a viver uma situação dramática e trágica a nível mundial com a ameaça de facto de uma guerra mundial já em episódios, que nos entra pela casa dentro através dos ecrãs da televisão e nos faz ver os horrores da guerra diante dos quais ninguém pode ficar indiferente”, referiu D. António Marto, bispo emérito de Leiria-Fátima, numa mensagem em vídeo enviada à AIS, lembrando a urgência de acolher o pedido de Nossa Senhora para rezar pela paz.
“Não podemos resignar-nos à guerra, não podemos deixar-nos vencer pela guerra”.
“Mesmo que não estejamos no campo de batalha, estamos aqui, na retaguarda, e fazemos pelo menos aquilo que podemos e somos chamados a fazer como cristãos, de ouvir o grito das vítimas e levantar a nossa súplica a Nossa Senhora para que escute esta súplica que sobe do coração das crianças que têm ainda um coração puro e desarmado, mas também dos jovens, dos pobres, de todos aqueles que se querem associar a esta oração pela paz”, ressaltou.
No domingo, após a recitação do ângelus, o Papa Francisco recordou o “aniversário da última aparição em Fátima”, a 13 de outubro de 1917, convidando a cristãos a participarem na campanha “Um Milhão de Crianças Rezam o Terço pela Paz”.
“O Papa tem tido este trabalho, tem tido este cuidado de mencionar, de chamar a atenção, de trazer aos olhos de todos tantos conflitos”, sublinhou Catarina Martins de Bettencourt, que destaca que a chamada de atenção que Francisco faz “é mais uma vez extremamente importante”, uma vez que tem “uma voz poderosa”, que consegue chegar a tantas instituições e governos que têm “um papel chave” na resolução de conflitos.
“É sempre bom ouvir o Santo Padre pedir para todas as pessoas de boa vontade, todos os cristãos, todos os católicos do mundo se juntarem neste dia a rezarem pela paz no mundo”, reforçou.
Sobre o apoio da Fundação à AIS aos povos atingidos pela guerra, a responsável pelo secretariado português da fundação pontifícia refere que nos últimos anos tem tentado estar presente junto das comunidades que mais sofrem.
“África é o continente com mais refugiados, com mais deslocados internos e, portanto, a Igreja é de facto aquele porto de abrigo, é aquele lugar seguro que as pessoas recorrem nestes momentos de maior dificuldade e a Igreja não consegue acolher a todos, como é óbvio, por isso é tão importante instituições como a Fundação AIS que podem de facto ajudar”, salientou.
Catarina Martins de Bettencourt frisa que a AIS tem conseguido apoiar a Igreja no mundo, através das doações dos benfeitores, realçando que apesar de Portugal ser um país pequeno, com muitas dificuldades económicas, os “benfeitores portugueses têm sido muito generosos para comunidades como o Médio Oriente e em África”.
LJ/PR