Isabel Jonet destaca que se «mantêm firmes e inalterados nos portugueses valores essenciais como da solidariedade»
Lisboa, 27 mai 2024 (Ecclesia) – Os Bancos Alimentares Contra a Fome recolheram um total de “1755 toneladas de géneros alimentares”, em mais de duas mil superfícies comerciais de todo o país, na campanha realizada este sábado e domingo.
“Em tempos de grande ansiedade e alguma incerteza como os que vivemos, enche-nos o coração verificar que se mantêm firmes e inalterados nos portugueses valores tão essenciais como os da solidariedade, da participação cívica ativa, com uma atenção grande a um problema coletivo que não nos pode deixar indiferentes: as carências alimentares que afetam tantas famílias”, afirma a presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, em comunicado enviado hoje, à Agência ECCLESIA.
Isabel Jonet, que salientou também o “total alinhamento” desta ação mobilizadora da sociedade civil com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, destacou, “com enorme gratidão e alegria”, a adesão dos portugueses à campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar, que realizaram nos dias 25 e 26 de maio; os voluntários, “cerca de 40 mil”, os doadores e “as empresas e entidades que apoiaram”.
Segundo a Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome os resultados desta recolha – 1.755 toneladas -, com o mote ‘A sua ajuda pode ser o que ainda faz falta à mesa de uma família’, representam “um acréscimo” em relação ao valor da campanha homóloga de 2023.
“Num fim-de-semana marcado pela coincidência com diversas atividades, como a final da taça de futebol, concertos, Queima das Fitas, confirmando assim quer a solidariedade dos portugueses, quer a confiança renovada nos Bancos Alimentares Contra a Fome”, assinala.
Estes géneros alimentares vão começar a ser distribuídos a partir desta semana, “a mais de 2.400 Instituições de Solidariedade Social, que os entregam a cerca de 360 mil pessoas com carências alimentares comprovadas”, sob a forma de cabazes ou de refeições confecionadas.
O Banco Alimentar Contra a Fome informa ainda que a quantidade de géneros alimentares angariados este sábado e domingo – 1755 toneladas – não contabilizam as “doações online e através de vales disponíveis nas lojas”.
Neste sentido, a federação informa que, até 2 de junho, continua a campanha “Ajuda Vale” em alguns super e hipermercados, com cupões-vale de produtos selecionados (azeite, óleo, leite, salsichas, atum e esparguete), e no seu sítio online na plataforma de recolha de alimentos na internet.
Existem atualmente 21 Bancos Alimentares Contra a Fome – Algarve, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Oeste, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, S. Miguel, Viana do Castelo, Viseu, Terceira, Madeira -, que, em 2023, distribuíram “um total de 25.758 toneladas (com um valor global estimado superior a 39,4 milhões de euros), que constitui um movimento médio de 103 toneladas por dia útil”.
Os Bancos Alimentares, para além das campanhas de recolha em supermercados, organizadas duas vezes por ano, também recebem, diariamente, “excedentes alimentares doados pela indústria agroalimentar”, pelos agricultores, pelas cadeias de distribuição e pelos operadores dos mercados abastecedores.
O primeiro Banco Alimentar Contra a Fome em Portugal foi aberto, em 1991, os 21 Bancos Alimentares estão congregados numa federação com o objetivo comum de “ajudar as pessoas carenciadas, pela doação e partilha”.
CB/OC