Inquérito a nível europeu revela peso das iniciativas católicas
Poznan, Polónia, 14 set 2018 (Ecclesia) – Um inquérito publicado hoje pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) refere que mais de 25% das horas de voluntariado em Portugal são passadas em organizações religiosas.
O estudo fala em mais de um milhão de voluntários em Portugal, 12% da população, dos quais mais de 100 mil voluntários se empenham em organizações religiosas, incluindo o trabalho de voluntariado missionário coordenado pela Fundação Fé e Cooperação (FEC).
Na União Europeia, a média de voluntários na população com mais de 15 anos é de 22,5%.
Outros dados apresentados pelo ‘Pew Research Center’, que promoveu uma sondagem em 15 países, entre abril e agosto de 2015, mostram que Portugal é a nação onde mais pessoas participam em atividades de organizações religiosas pelo menos uma hora por mês (27% dos inquiridos, face a 3% em atividades políticas).
Os portugueses são também os mais críticos, na sondagem, face ao “excesso de regras” da Igreja Católica (74% das respostas) e ao seu “apego ao dinheiro e ao poder” (66%), embora valorizem positivamente o seu papel na ajuda aos mais necessitados (67%) e no reforço dos laços comunitários (71%).
O CCEE afirma que “não existe nenhuma outra instituição na Europa que contribua de forma tão ampla para o voluntariado e promova formas de voluntariado tão diversificadas como a Igreja Católica”.
“As organizações religiosas representam o terceiro setor mais importante do voluntariado na Europa, depois do desporto e da educação. As crenças religiosas são essenciais para motivar o voluntariado”, assinalam os responsáveis dos episcopados católicos.
O relatório foi apresentado hoje, em conferência de imprensa, durante os trabalhos da assembleia plenária do CCEE, acompanhados pela Agência ECCLESIA na cidade polaca de Poznan.
Os dados recolhem os números do “voluntariado católico” a partir dos estudos realizados sobre o voluntariado na Europa, como o Inquérito Especial do Eurobarómetro, e de um grupo de peritos, com 39 membros do CCEE, que responderam a 29 questões de aprofundamento, posteriormente analisadas pelo Instituto Estatístico da Conferência Episcopal Polaca.
Os responsáveis católicos advertem para uma “mercantilização” do voluntariado, que se estaria a afastar do seu sentido de “atividade espontânea” para se subordinar a “programas e percursos curriculares”.
O CCEE elogia a importância do voluntariado para o diálogo entre pessoas de várias convicções religiosas e como “oportunidade para a evangelização e a pastoral juvenil”, na Igreja Católica.
Os trabalhos da assembleia contaram com uma apresentação de projetos de voluntariado católico na Polónia, ligados à ação social e à missão.
OC