Desigualdades, ambiente insustentável e mundo em conflito são alertas deixados em jornada mundial
Lisboa, 06 out 2022 (Ecclesia) – A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos, LOC/MTC, uniu-se ao Dia Internacional pelo Trabalho Digno, que se assinala a 7 de outubro, para pedir “políticas inclusivas, diálogo social” para que o acesso ao trabalho seja uma “prioridade irrenunciável.
“Num mundo em conflito, com profundas desigualdades e ambientalmente insustentável, o trabalho digno representa o caminho para a paz e a justiça social. O acesso ao trabalho por parte de todos é uma prioridade irrenunciável”, refere a organização portuguesa, num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
Em Portugal, os trabalhadores cristãos vão organizar hoje uma conferência online, às 21hoo, que conta com a participação de D. Nuno Almeida, bispo auxiliar de Braga, e de Mafalda Troncho, da Organização Internacional do Trabalho.
A LOC/MTC pede o estabelecimento de um “salário universal” para o acesso “aos mais elementares bens da vida”, e sublinha a necessidade de “políticas inclusivas, diálogo social, regulação e acordos internacionais que reconheçam na prática a prioridade da pessoa e promovam com eficiência a distribuição equitativa dos resultados da atividade económica”, em ordem a “um verdadeiro desenvolvimento humano integral para todas as pessoas e em todo o lugar”.
Os trabalhadores cristãos afirmam a urgência de “condições laborais dignas, orientadas para o bem comum e o cuidado da criação”, fomentando uma “responsabilidade social” que não entenda o lucro como “único princípio regulador”.
“Num mundo ferido, em que o drama da guerra – de todas as guerras – nos volta a recordar o seu brutal impacto nas vidas e esperanças das pessoas, é imperativo exigir o respeito e cuidado integral a todas e cada uma das pessoas pelo trabalho, bem como pela casa comum de que dependem as bases para tornar possível a vida na terra, favorecendo e reconhecendo devidamente as tarefas de cuidados e as pessoas que delas se encarregam, bem como exigir a conservação e defesa dos ecossistemas”, pode ler-se.
A LOC/MTC pede que o “diálogo social e o multilateralismo” de forma a atender as necessidades de todas as pessoas, no respeito pelos trabalhadores e assinalam a responsabilidade dos “poderes públicos” de fomentarem “medidas regulatórias” que promovam uma “economia social e solidária” no “consumo responsável e sustentável”.
“Reclamamos que a política se oriente para bem o comum, a defesa e cumprimento dos Direitos Humanos que advêm da sagrada dignidade de todas as pessoas, devendo-se reforçar as medidas que promovem a inclusão e estender sem discriminações os sistemas de proteção universal”, salientam.
A organização faz eco do “apelo do Papa Francisco” para que “o diálogo entre gerações, a educação e o trabalho” sejam realidades respeitadas.
A LOC/MTC denuncia a exclusão dos direitos laborais e sociais por parte dos trabalhadores migrantes e lamenta a carência de reconhecimento social e de condições de trabalho digna, fatores que “dificultam o “desenvolvimento pessoal, familiar e comunitário” e colocam em causa “a coesão social, a convivência e a justiça social”.
“As condições de trabalho, especialmente num contexto global de subida de preços e de inflação desmedida que está a gerar um maior empobrecimento nas famílias trabalhadoras, não garantem cobrir as necessidades básicas, nem são compatíveis com as necessidades de cuidado pessoal e familiar”, denuncia.
A data é assinalada pelo Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos.
LS