Professor universitário alerta para consequências do conflito ucraniano-russo e ameaça do Estado Islâmico
Lisboa, 06 out 2014 (Ecclesia) – O professor universitário Adriano Moreira alertou hoje para as possíveis consequências do clima de instabilidade na Europa e no Médio Oriente, face ao conflito entre a Ucrânia e a Rússia e à ação dos fundamentalistas do Estado Islâmico, respetivamente.
Para o estadista e politólogo, “ninguém pode olhar com tranquilidade para a sementeira de conflitos que estão a aparecer” e “que têm trazido ao de cima a crueldade mais inesperada”.
“E com uma coisa muito grave, é que o desenvolvimento técnico dos exércitos faz com que o combate seja de pessoas que não se veem, e a crueldade fica com mais espaço”, disse à Agência ECCLESIA.
Adriano Moreira considera esta ameaça ainda maior numa altura em que as “instâncias internacionais” estão a ver o seu poder cada vez mais “diminuído” e, no caso europeu, se vive as consequências da crise económica e de diversas cisões no seio dos países.
“Neste momento, a insegurança é grande” e o crescente “enfraquecimento das solidariedades” entre os diversos atores internacionais e o “afastamento” dos Estados Unidos da América, coloca a Europa numa posição “perigosa”.
“Gostava de saber onde é que estão as migalhas orçamentais para organizar uma segurança e defesa europeia autónoma”, questiona Adriano Moreira.
No caso do conflito que subsiste a Leste, o antigo deputado alerta que assegurar a coesão do Velho Continente é essencial, nem que para isso sejam necessárias concessões.
“Substituir a confrontação pelo diálogo é absolutamente fundamental, e ceder no que não é essencial para obter as concordâncias pacíficas do reordenamento da ordem internacional”, complementa.
HM/JCP