Cidade do Vaticano, 16 set 2015 (Ecclesia) – O secretário do Vaticano paraas Relações com os Estados manifestou apoio ao “uso da tecnologia nuclear para fins pacíficos e por um desenvolvimento humano integral”, na 59.ª Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atómica, em Viena, Áustria.
“Um mundo sem armas nucleares não é somente um ideal moral mas deve ser perseguido através de iniciativas políticas concretas, sobretudo da parte das potências nucleares”, disse D. Paul Gallagher.
No discurso desta segunda-feira, o arcebispo assinalou que o desenvolvimento tecnológico “apresenta hoje desafios fundamentais” que apelam à responsabilidade humana, à solidariedade e à cooperação social.
Neste contexto, o secretário das Relações com os Estados manifestou o apoio da Santa Sé a uma ação da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) que promova a “cooperação internacional no uso da tecnologia nuclear para fins pacíficos e por um desenvolvimento humano integral”.
D. Paul Gallagher destacou que “as aplicações pacíficas das tecnologias nucleares “permitem a muitos Estados” aproximarem-se da realização dos seus objetivos de desenvolvimento e estão em sintonia com a recente Encíclica ‘Laudato si’ do Papa Francisco, “por uma gestão responsável de nossos recursos humanos e naturais”.
O prelado inglês exemplificou que as tecnologias nucleares estão a contribuir para melhorar “a agricultura, o controle da poluição, a gestão dos recursos hídricos, a nutrição, a segurança alimentar e o controle de doenças infeciosas”.
Depois, explicou que no plano moral e social o uso nuclear apresenta desafios enormes porque “muitas vezes” a necessidade desta energia está relacionada com a “segurança nacional” quando o critério devia ser “a responsabilidade, a solidariedade e a segurança cooperativa”.
“A segurança requer também desenvolvimento socioeconómico, participação política, respeito pelos direitos humanos e pelo papel da lei, cooperação e solidariedade no âmbito regional e internacional”, desenvolveu, citando a mensagem do Papa Francisco à conferência sobre
o “Impacto humanitário das armas nucleares”, em dezembro de 2014.
No discurso, D. Paul Gallagher destacou ainda o contributo da Agência Internacional de Energia Atómica na luta contra o cancro, sobretudo em alguns países pobres do mundo.
“Estes e outros esforços estão a melhor a qualidade de vida de milhões de pessoas. É preciso continuar a apoiar e reforçar a contribuição da AIEA em prol do desenvolvimento sustentável”, defendeu o secretário das Relações com os Estados.
Na 59.ª Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atómica, em Viena, Áustria, o prelado recordou ainda que setenta anos depois dos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki (Japão) e depois de “várias iniciativas políticas que surgiram naquelas décadas”, a AIEA “permanece uma agência indispensável na promoção da segurança humana”.
RV/CB