Apelo de Paz, apresentado no Coliseu de Roma, aponta ao perigo das armas atómicas
Roma, 25 out 2022 (Ecclesia) – Os participantes no encontro inter-religioso pela Paz, que se encerrou hoje no Coliseu de Roma, apelaram a um “cessar-fogo universal”, que trave a escalada de violência e o recurso a armas atómicas.
“Com firme convicção dizemos: basta de guerra! Vamos parar todos os conflitos. A guerra traz apenas morte e destruição, é uma aventura sem regresso, em que todos somos perdedores. Calem-se as armas, declare-se imediatamente um cessar-fogo universal”, refere o texto, lido no final do evento ‘O Grito da Paz’, promovido pela comunidade católica de Santo Egídio, com a participação do Papa Francisco.
Os representantes religiosos pediram negociações que levem a “soluções justas para uma paz estável e duradoura, antes que seja tarde demais” e retomem o diálogo para “anular a ameaça de armas nucleares”.
A humanidade deve pôr fim às guerras ou será uma guerra que acabará com a humanidade. O mundo, a nossa casa comum, é único e não nos pertence a nós, mas às gerações futuras. Portanto, vamos libertá-lo do pesadelo nuclear”.
O apelo, assinado pelo Papa e os outros representantes religiosos, destacaram a importância do diálogo multilateral, que levou ao nascimento da Organização das Nações Unidas, após a II Guerra Mundial (1939-1945).
“Não devemos perder a memória do que é a tragédia da guerra, que gera morte e pobreza”, indica o documento.
Os responsáveis convidam os crentes a trabalhar pela paz e a reconciliação entre os povos.
“Infelizmente, mesmo entre nós, às vezes dividimo-nos, abusando do santo nome de Deus: pedimos perdão, com humildade e vergonha. As religiões são e devem continuar a ser uma grande fonte de paz. A paz é santa, a guerra nunca o pode ser”, assinala o documento.
O texto foi lido por uma refugiada síria, acolhida na Itália.
Estamos diante de uma encruzilhada: ser a geração que deixa morrer o planeta e a humanidade, que acumula e comercializa armas, na ilusão de se salvar dos outros, ou, pelo contrário, a geração que cria formas de convivência, não investe em armas, elimina a guerra como instrumento de resolução de conflitos e trava a exploração anormal dos recursos do planeta”.
O evento, na sua 36ª edição, inspira-se no encontro de responsáveis religiosos promovido por São João Paulo II, na cidade italiana de Assis, em 1986.
O encontro iniciou-se no domingo, reunindo líderes religiosos e representantes de povos e culturas dos cinco continentes.
OC
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