Sociedade: Presidente da Câmara acredita que refugiados serão «muito bem acolhidos em Vendas Novas», no novo centro de acolhimento

«Temos de ter este lado humano de receber quem está nos seus países a ser perseguido», afirmou Valentino Cunha

Vendas Novas, 20 jun 2024 (Ecclesia) – O presidente da Câmara Municipal de Vendas Novas, Valentino Cunha, disse hoje que refugiados “serão muito bem acolhidos em Vendas Novas”, no âmbito da inauguração de um novo centro de acolhimento na cidade.

O autarca destacou, em declarações aos jornalistas, a necessidade de ter “lado humano” para “receber quem está nos seus países a ser perseguido”.

“Aqui em Vendas Novas cerca de 20 famílias podem preencher este centro de acolhimento, e são 20 famílias que passaram pela guerra, fogem ao genocídio, fogem à fome, à perseguição”, indicou.

Valentino Cunha não tem dúvidas que “muitas destas pessoas preferiam estar nos seus países do que vir para Portugal ou fugir das situações calamitosas em que vivem”.

“Eu imagino-me na pele de ter de sair da minha cidade de um momento para o outro sem nada, quebrar os laços todos com os meus amigos, com os meus colegas, com a minha família, e ir para um país estranho também não era algo que eu preferisse”, reconhece.

O presidente da Câmara Municipal de Vendas Novas dá conta que na cidade e na região envolvente se vive “uma pressão migratória muito elevada” e que tal tem “repercussões na saúde, na educação, na habitação”.

“Sentimos que, muitas das vezes, por parte da administração central do Estado não há a devida atenção e o apoio aos municípios para fazermos face a estes problemas que nos aparecem por um aumento significativo e em curto espaço de tempo da população”, lamenta.

Valentino Cunha acredita que refugiados que serão acolhidos no novo centro, “quando tiverem a esperança e reconstrução da sua vida, levarão Vendas Novas no coração”.

O Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) Portugal, em parceria com os Salesianos, inauguraram hoje, na Arquidiocese de Évora, um novo Centro de Acolhimento para Refugiados, com capacidade para até 120 pessoas.

O espaço, inaugurado no Dia Mundial do Refugiado (20 de junho), foi criado nas instalações do Antigo Colégio São Domingos Sávio, dos Salesianos, que se encontrava desativado.

Na sessão de inauguração, entre os vários representantes do JRS e dos Salesianos, o secretário de Estado Adjunto da Presidência, Rui Armindo Costa Freitas, defendeu que o país precisa de imigrantes, mas que também precisa de regras.

“Quando falo de regras, não falo de fechar a porta. Não falo de regras numa lógica que possa ser usada como um certo populismo de dar ordem. Não. Falamos de regras para poder humanizar. Para poder ser claro para aqueles que chegam, que chegam a um país que os pode acolher”, sustentou.

Segundo o governante, “só com regras” e com “plano humanista”, que se encontra a ser desenhado, é que é possível “garantir” que quem chega ao país “participa de forma plena na sociedade portuguesa”.

“Por isso é que precisamos de todos, porque efetivamente julgo mesmo que a sociedade portuguesa está num momento crucial na sua vida em que pode ganhar este desafio de ser um país melhor, um país que integra, um país que terá um futuro com mais crescimento económico, um futuro com mais multiculturalidade”, ressaltou.

HM/LJ/OC

Refugiados/Portugal: JRS e Salesianos uniram esforços para abrir novo centro de acolhimento, «ao serviço de quem mais precisa» (c/fotos)

Refugiados/Portugal: Diretor-geral do JRS defende compromisso da Igreja na integração de quem chega ao país

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Agência ECCLESIA

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