Galardão permite que jovens da Academia de Líderes Ubuntu, prossigam estudos e sejam agentes de mudança social
Lisboa, 11 out 2022 (Ecclesia) – A jovem Fatu Banora foi a primeira distinguida com o galardão António Brandão de Vasconcelos, que incentiva a educação superior em jovens líderes Ubuntu, reconhecendo “ o esforço e coragem que tiveram” na sua vida.
“Em tempos difíceis que vivemos, a memória de outros líderes que já nos deixaram pode ser um incentivo, uma razão de ânimo para os jovens líderes fazerem a diferença, prosseguirem estudos, apostarem na qualificação e conhecimento, e poderem ser agentes de mudança para o melhor mundo que queremos”, explicou à Agência ECCLESIA Rui Marques, do Instituto Padre António Vieira (IPAV), parceiro do prémio entregue pela primeira vez.
Fatu Banora nasceu na Guiné-Bissau em 2000 e veio para Portugal aos oito anos para tratar um problema de saúde; depois de uma adolescência “rebelde” encontrou no movimento Jovens Sem Fronteiras e na Academia de Líderes Ubuntu, onde encontrou “um sentido e o foco” que, explica, na adolescência lhe faltou.
“Andava muito perdida e sem foco, sem propósito, sem sentido. A Academia deu-me um propósito e sentido. E estou muito orgulhosa de estar aqui, fazer este caminho ao lado da Academia”, reconhece à Agência ECCLESIA a jovem estudante de psicologia.
A sessão de entrega do prémio decorreu no ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, local onde Fatu Banora estuda psicologia, uma forma de “poder ajudar outros”.
O prémio António Brandão de Vasconcelos quer lembrar quem foi construtor do projeto da Academia de Líderes Ubuntu e manifestou um “forte compromisso na responsabilidade social empresarial”, e pretende unir “memória, legado e futuro”.
“Temos clara consciência que pessoas mais qualificadas podem servir melhor, pessoas que têm possibilidade de aprender mais podem depois prestar um serviço de maior valor à comunidade. É isso que irá acontecer com a Fatu Banora”, concretiza Rui Marques.
A Academia de Líderes Ubuntu é um programa de educação não formal, dirigido a jovens desde os 14 anos até aos 35, e pretende desenvolver competências pessoais, numa perspetiva de “liderança servidora, da ética do cuidado e da construção de pontes”, indica o presidente do IPAV, num processo que conta com mais de 10 anos, tendo chegado a mais de 20 mil jovens.
“Mais de 20 mil jovens fizeram esta formação ao longo dos anos, e capacitaram-se para servir melhor, ter perspetiva de liderança servidora, mas também saberem cuidar de si, dos outros e da comunidade, na perspetiva da ética do cuidado. A presença em mais de 400 agrupamentos de escolas, tocar tantos professores, psicólogos, assistentes sociais, que são formadores da metodologia Ubuntu, são várias dimensões que mostram que este caminho vale a pena”, reconhece.
O prémio António Brandão de Vasconcelos conta com o apoio do IPAV, da Fórum Estudante, da Academia de Líderes Ubuntu e da NTT Data.
LS