Beja, 02 jul 2012 (Ecclesia) – O bispo de Beja considera que os portugueses têm tendência para serem deprimidos e sublinha que os católicos andam distanciados de Deus, motivando a sua indiferença face às dificuldades das pessoas que lhes são próximas.
“Todos sabemos como em Portugal se consomem muitos antidepressivos, porque somos tristes e pessimistas e em crise”, observa D. António Vitalino na nota semanal enviada hoje à Agência ECCLESIA.
Depois de declarar que as “comunidades cristãs estão muito apáticas, sem relações interpessoais, sem interesse mútuo pelas pessoas”, o responsável cita o filósofo alemão Nietzsche, quando afirmou “que os cristãos saem das suas celebrações muito tristes, não parecendo ter celebrado a memória de Jesus ressuscitado, vencedor da morte”.
“Não houve encontro com o ressuscitado, mas apenas informação acerca dele. Não tocou o coração dos participantes, não mexeu com os seus sentimentos, não espoletou energias, que fortalecem a esperança e são fonte de alegria”, refere o prelado.
Com esta disposição espiritual, “dificilmente” os católicos poderão transmitir a mensagem cristã, refere D. António Vitalino.
“Se o fizéssemos, estaríamos a testemunhar e a evangelizar, a contagiar outros com as razões da nossa esperança e da nossa alegria”, com “paixão e ardor, com alegria estampada no rosto, na linguagem do nosso tempo”, acrescenta.
RJM