Sociedade: Portugal vive dia de luto nacional pelas vítimas da violência doméstica

Instituições católicas têm sublinhado preocupação com «flagelo» social

Lisboa, 07 mar 2019 (Ecclesia) – Portugal vive hoje, pela primeira vez, um dia de luto nacional pelas vítimas da violência doméstica, iniciativa que visa uma “maior mobilização nacional, incluindo todos os órgãos de soberania, no combate a este flagelo”, segundo o presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa promulgou no início deste mês o decreto do Governo que declara luto nacional a 7 de março.

A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), da Igreja Católica em Portugal, alertou no último mês de fevereiro para a persistência do “flagelo” da violência doméstica, apelando a uma ação “consistente, articulada e perseverante” para a sua erradicação.

“Face à persistente tragédia e imenso sofrimento expresso nos números dos crimes de violência doméstica que continuamos a registar e das mortes conhecidas que daí resultam, é evidente que o quadro legal não foi suficiente”, assinala a nota do organismo católico, enviada à Agência ECCLESIA.

A tomada de posição sustenta que “as instituições não funcionaram”, pelo menos de forma articulada, e que os conhecimentos e a informação “não produziram a indispensável alteração de comportamentos nas relações interpessoais”.

A mesma preocupação tem sido manifestada pela Comissão Episcopal do Laicado e Família (CELF), que na sua mensagem para o Dia do Pai alerta para as “mulheres vítimas de violência doméstica”, entre outras situações que revelam a necessidade de “continuar a promover a formação humana”.

A mesma comissão tinha advertido para o aumento da violência no namoro, numa mensagem divulgada por ocasião do dia de São Valentim.

“Preocupa-nos a crescente violência no namoro, porque compromete um projeto familiar alicerçado no verdadeiro amor”, assinala o documento, enviado à Agência ECCLESIA.

O bispo de Santarém, D. José Traquina, alertou na sua mensagem da Quaresma 2019 para “a violência doméstica, a morte de mulheres, exploração humana e escravatura”, lembrando a obrigação “de denunciar as injustiças”.

O Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (MMTC) afirma na mensagem para o Dia Internacional da Mulher, que se assinala esta sexta-feira, que “a violência e a discriminação” contra as mulheres persistem na “posição social, nas oportunidades, e no tratamento”.

No documento enviado enviada à Agência ECCLESIA, pela Liga Operária Católica em Portugal (LOC/MTC), são exigidas “medidas concretas contra injustiças” de que as mulheres são vítimas, como as afetadas pela violência doméstica e a discriminação.

A Rede Mundial de Oração do Papa em Portugal lançou, nesta Quaresma, uma iniciativa intitulada ‘Rostos da Quaresma’, que desafia à “oração diária por pessoas e causas concretas”, como as vítimas da violência doméstica e a exclusão social.

OC

 

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Agência ECCLESIA

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