D. Manuel Clemente presidiu a festa diocesana em Mafra
Lisboa, 26 mai 2014 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa sublinhou este domingo em Mafra a responsabilidade do Estado em fazer da resposta aos problemas económicos e sociais das famílias a sua principal prioridade.
“O Estado, e qualquer Governo, quer nacional quer internacional, tem que encontrar na realidade familiar a sua primeira preocupação, porque também é a primeira necessidade para a felicidade das pessoas numa vida integrada”, salientou D. Manuel Clemente em declarações aos jornalistas, durante a Festa Diocesana das Famílias.
Subordinada ao tema “Família, vive a alegria da Fé”, a iniciativa reuniu no Jardim do Cerco, ao lado do Palácio de Mafra e da Tapada, milhares de pessoas, entre pais, mães, filhos e avós.
Segundo o patriarca de Lisboa, a forma como as famílias responderam ao convite da Diocese, “de corpo inteiro” e “com muita alegria”, foi a resposta ideal para uma sociedade onde o modelo de família proposto pela Igreja Católica tem sido posto em causa.
“A resposta que a Igreja dá são estas famílias, que mostram todas elas que pode ser, que é custoso como tudo o que é humano e verdadeiro, mas que é bom, que realiza, que integra e que estão aí disponíveis para reconstruir muita coisa que de outra maneira ficaria destruída”, apontou.
A eclosão da crise económica, a consequente quebra dos apoios sociais e o aumento do desemprego, o progressivo envelhecimento da população, em linha com uma baixa acentuada na taxa de natalidade, são alguns dos desafios que afligem atualmente as famílias.
Quanto ao tratamento dos idosos, D. Manuel Clemente considera que “há imenso a fazer” no sentido de ajudar as famílias a “integrar” os seus membros mais velhos, numa sociedade onde as pessoas, com os avanços na Ciência e na Saúde, tendem a viver cada vez “mais tempo”.
“Às vezes até parece que isto não é um bem, pela maneira como se tratam os idosos, mas é um grande bem”, frisou o patriarca.
Em relação à questão da natalidade, ela tem sido “uma preocupação permanente” da Igreja Católica e deve “ser uma preocupação para qualquer” Governo, “seja de que cor for”, apontou.
O executivo de Pedro Passos Coelho avançou há cerca de três meses para a criação de uma comissão multidisciplinar, liderada por Joaquim Azevedo, da Universidade Católica Portuguesa, para preparar um plano de ação na área da natalidade.
D. Manuel Clemente aplaudiu esta medida e mostrou-se empenhado em fazer com que a Igreja Católica participe na definição de soluções, “não só para interpelar mas para ajudar”.
E apontou para o exemplo dado pelas famílias cristãs que estiveram na festa diocesana em Mafra, muitas delas constituídas por jovens casais, “acompanhados por quatro ou cinco filhos”.
“Estas famílias são quase balões de ensaio de como problemas novos não põem em causa aquilo que é essencial na vida familiar”, reforçou.
LS/JCP