Membro do Movimento dos Focolares explica importância de «namorar depois de casar»
Coimbra, 14 fev 2017 (Ecclesia) – O professor universitário Miguel Oliveira Panão, do Movimento dos Focolares, descobriu numa escola de casais que “o amor” é o primeiro filho do casal por isso “é importante” continuar a namorar”, algo em que “nunca” tinham pensado.
“Nós pensávamos na nossa mais velha. Não sei o que teriam pensado os que não podem ter filhos. Mas quando dizem que o primeiro filho é o amor entre os dois e que às vezes berra, tem a fralda suja e não ligamos nenhuma, percebe-se a importância de namorar”, explicou o entrevistado à Agência ECCLESIA.
Miguel Oliveira Panão partilha o que para ele “foi uma revolução” e sublinha que é importante namorar depois de casar que é a forma de “cuidar desse primeiro filho” o que faz com que não existam “casais inférteis”.
No Dia dos Namorados, o professor universitário explica que também há determinados pormenores que “só se descobre” depois do casamento.
Segundo Miguel Oliveira Panão enquanto namorados existe “mais paciência um para o outro” porque ainda se está a descobrir a outra pessoas enquanto no casamento pode-se dar “o amor do outro por descontado”, ou seja, existe segurança do amor do outro.
“Um dos aspetos deste namorar depois de casar é esta segurança que damos um ao outro mas isso é insuficiente porque o amor tem de se conquistar todos os dias”, observa.
O membro do Movimento dos Focolares questiona se se conhece “totalmente o outro” e da sua experiência diz que a resposta “é não” porque a partir desse momento muda-se “o outro” e se isso acontece é necessário “voltar a conhecê-lo”.
“Implica estar atento aos seus sentimentos. Se a pessoa se vai alterando ao longo do tempo com as várias dificuldades da vida, os filhos que surgem, como se lida com eles, tudo leva que os sentimentos também evoluam e temos de estar com essa atenção permanente”, assinala.
Segundo Miguel Oliveira Panão há também duas coisas que vão “muito abraçadas” e fazem parte do namorar depois de casar que “é mesmo diferente” do namorar antes desse sacramento que é a escuta sincera e a atenção ao tom de voz, à forma como se fala.
“Depois de casados temos tanta coisa para fazer que queremos é que o outro perceba perfeitamente ou imediatamente o que queremos dizer”, explicou o investigador universitário alertando para as discussões que surgem por “falta da escuta sincera” que tem de ser acompanhada por estar “atento ao tom de voz”.
“Quantas discussões, males entendidos não acontecem só pelo tom de voz?”, questiona.
No Semanário ECCLESIA, número 199, o professor universitário também escreveu sobre ‘Namorar Depois De Casar’ num artigo de opinião onde apresenta o “Dado do Afeto” que para além das duas particularidades anteriores acrescenta mais quatro: “Atenção ao que o outro está a viver; capacidade de oferecer segurança ser sensível aos sentimentos do outro; o contacto físico”.
A partir de hoje e até sexta-feira, o programa de rádio ECCLESIA partilha histórias sobre e com namorados, que começam com Miguel Oliveira Panão, a partir das 22h45, na Antena 1 da rádio pública.
Liturgicamente, 14 de fevereiro é o dia da festa de São Cirilo e de São Metódio, mas na Itália a Diocese de Terni celebra o seu padroeiro, São Valentim, primeiro bispo desta localidade, que morreu como mártir, provavelmente no século IV.
Este nome está ligado a algumas lendas, romanceadas, segundo as quais Valentim teria morrido decapitado a 14 de fevereiro por se ter recusado a renunciar ao Cristianismo e por, secretamente, ter celebrado o casamento entre uma jovem cristã e um legionário, apesar da proibição de Cláudio II (século III).
HM/SN/CB/OC