II Congresso Internacional de Jovens Embaixadores e Líderes da Paz reuniu, no Porto, 200 participantes de 34 países
Lisboa, 29 abr 2025 (Ecclesia) – A Rede Mundial Living Peace tem 64 novos embaixadores da paz, provenientes de 13 países, que foram nomeados num congresso internacional, realizado entre 24 e 27 de abril, no Porto, no âmbito do projeto.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o coordenador internacional do Living Peace, Carlos Palma, afirmou que foi “muito comovedor” ver jovens de diferentes continentes – de África, da Europa, da América latina e da Ásia – receberem o certificado de embaixadores da paz, assumindo um “compromisso maior” publicamente.
Depois da primeira edição se ter realizado em 2019, em Madrid (Espanha), o 2º Congresso Internacional de Jovens Embaixadores e Líderes da Paz teve lugar na Casa de Vilar, no Porto.
“Éramos 200 [participantes], de 34 países, budistas, cristãos, muçulmanos, não-crentes, mas com um denominador comum, uma paixão pela paz, um querer dar tudo, pôr ao serviço da paz os talentos, o tempo, as forças”, afirmou Carlos Palma.
“Solidariedade em Ação, Construtores da Paz” foi o tema da iniciativa que, explica o responsável, surgiu da necessidade apresentada pelos jovens de colocar em prática tudo aquilo que têm “no coração”.
“[Os jovens] já fazem muitíssimos voluntariados locais, de tanto tipo, muito diversos, em distintos campos, mas sentimos que era bom dar esta dimensão mais global, mais mundial, universal e, por isso, apresentámos a possibilidade que eles façam um voluntariado mundial”, refere.
O objetivo é que os jovens, seja nas férias de verão ou de inverno, durante um determinado período de tempo, possam realizar o voluntariado pela paz, onde mais seja preciso.
Ao longo do encontro, os participantes puderam escutar alguns especialistas que deram conta do efeito que a educação para a paz produz em diversos campos: pedagogia, sociologia, psicologia e antropologia.
“Decidimos fazer a primeira jornada mundial científica, que foi muito bonita, muito linda, muito profunda, muito rica, com experiências teóricas e práticas, nestes campos”, indica.
O congresso internacional incluiu mesas redondas, sempre com o tema do encontro no centro, em que se ouviram muitas experiências e testemunhos de vida, de diferentes países.
Além disso, os jovens realizaram workshops, com “temas especiais e atividades artísticas”, conta Carlos Palma.
“Com as tampinhas das garrafas, [jovens] fizeram um mandala gigante de paz no chão, de seis metros de diâmetro”, refere, dando conta que outro dos workshops re relacionava com o plogging, “um desporto te que o Living Peace está a difundir no mundo, que quer dizer correr e recolher”.
“Recolher o quê? O lixo”, explica Carlos Palma, que relata que os jovens saíram às ruas para fazer “um ato de paz com o meio ambiente”.
O 2º Congresso Internacional de Jovens Embaixadores e Líderes da Paz contou também com um Festival Intercultural, em que participantes vestiram roupa típica e apresentaram cantos, danças, poesias, para dar o melhor da cultura de cada país.
Nos dias do congresso, Carlos Palma relata que o Hotel Vilar do Porto parecia as Nações Unidas, porque estavam presentes todas as bandeiras, “de todos os países do mundo, em todas as partes, numa grande decoração”.
O coordenador do Living Peace International dá conta que o congresso tinha participantes da Ucrânia e da Palestina, que representaram os povos que “sofrem tanto”.
“Tínhamos, também, todos os dias, ao meio-dia, um time-out pela paz. Ou seja, fez-se um minuto de silêncio pela paz, onde cada um pode fazer uma oração no seu coração” ou refletir como “está a viver pela paz no próprio dia”, salientou.
O 2º Congresso Internacional de Jovens Embaixadores e Líderes da Paz dedicou um momento ao Papa Francisco, que faleceu aos 88 anos de idade, no dia 21 de abril, e foi sepultado este sábado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, conforme desejo expresso em testamento, depois da Missa exequial na Praça de São Pedro.
“Fizemos um momento especial para nos lembrar do Papa Francisco e do seu trabalho pela paz, da sua construção de tantos pontes entre as religiões. Fizemos um minuto de silêncio, de honra ao Papa Francisco”, indica. Os jovens, de diferentes tradições religiosas, partilharam uma frase ou uma ação que o pontífice realizou ao longo do pontificado. “Não eram só os católicos que falavam do Papa Francisco, eram os muçulmanos, era o monge budista dos Estados Unidos, era todo o mundo. Porque o Papa Francisco, para nós, é um líder, além da Igreja Católica, é um exemplo, é um líder de paz para o mundo”, assinalou. |
Carlos Palma espera que o Congresso renove o compromisso pela paz: “toda a gente partiu com o coração cheio, com uma grande alegria, uma grande convicção. Dizer que queremos a paz é uma coisa”.
A propósito do futuro, o responsável referiu que estão já previstas outras atividades no âmbito do projeto como o ‘Peace Got Talent’, que este ano é em Nairobi, no Quénia, e uma escola de Paz no Mediterrâneo, uma iniciativa que decorre entre março e outubro, com participantes de várias religiões.
O 2º Congresso Internacional de Jovens Embaixadores e Líderes da Paz foi promovido pela ONGD AMU (Ações para um Mundo Unido) Portugal, em colaboração com a AMU – Azione per un Mondo Unito e a Associazione Internazionale New Humanity, no cotexto do projeto Living Peace International.
LJ