Sociedade: Humor e fé unem-se no olhar sobre a fragilidade, diz Tomás Rodrigues (c/vídeo)

Formado em Direito, jovem vê no stand-up uma oportunidade de levar alegria à vida dos outros

Lisboa, 03 mar 2025 (Ecclesia) – Tomás Rodrigues, formado em Direito, sente um “mandato” para apostar no humor, tanto a fazer teatro como stand-up, unindo riso e fé no olhar sobre a fragilidade humana.

“O humor vive da beleza de encontrar fragilidade e ridículo naquilo que nós somos, e a fé vive de um salto que, embora de confiança, implica sempre uma certa dúvida, na certeza de que não temos certezas. E isso torna-nos pessoas mais frágeis”, refere, em entrevista à Agência ECCLESIA.

O jovem, que se tem apresentado em iniciativas ligadas à Igreja Católica, diz que a consciência da fragilidade torna as pessoas “mais autênticas”.

Na autobiografia ‘Esperança’, publicada em janeiro deste ano, o Papa fala sobre a importância do humor, sustentando que “o humor, o sorriso são o fermento da existência e uma ferramenta para enfrentar as dificuldades, mesmo as cruzes, com resiliência”.

“A vida tem inevitavelmente as suas amarguras, elas fazem parte de todo o caminho de esperança e de conversão. Mas é preciso evitar a todo o custo chafurdar na melancolia, não permitir que ela endureça o coração”, observa.

A ironia é um remédio, não só para elevar e iluminar os outros, mas também para si próprio, porque a autoironia é um instrumento poderoso para vencer a tentação do narcisismo” – Francisco

Tomás Rodrigues diz inspirar-se nesta atitude do Papa, conhecido por manter o “bom humor” mesmo em situações de fragilidade física.

“No stand-up e no teatro existem dois grandes aliados do humor: a ideia de ampliarmos uma realidade e a ideia de a contrastarmos com outras coisas”, assinala.

Foto: Agência ECCLESIA/PR

O entrevistado admite que os humoristas vivem em permanente “inquietação”, por dependerem da “validação do público”.

“Eu tenho uma missão, que é fazer rir, e para essa missão eu preciso que alguém se ria”, admite.

Para o humorista, é natural que alguns temas sejam “mais acarinhados” pelo público do que outros, dizendo confiar no “bom senso” para determinar limites no material que apresenta.

“Eu tirei direito, talvez para deixar as coisas um bocadinho mais em ordem, mas adoro o humor para deixar as coisas fora de ordem”, graceja.

Tomás Rodrigues confessa admirar quem assume a “vida de estar no palco, dependente dos outros”.

“Não tenho de fazer do humor a minha vida, mas tenho de ter humor na minha vida”, acrescenta.

Sobre a “vocação” que sente para o humor, o entrevistado destaca o “papel de brincar com as fragilidades, todas”.

“A função é muito simples, é fazer rir”, conclui.

PR/OC

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