Sociedade: Estudo a partir de um «grande inquérito» vai fazer uma «leitura da realidade familiar em Portugal» (c/vídeo)

Projeto é promovido pelas Cooperadoras da Família, é coordenado pela Universidade Católica e os resultados são divulgados num congresso, em maio

Lisboa, 31 jan 2025 (Ecclesia) – O Instituto Secular das Cooperadoras da Família (ISCF) está a promover um inquérito com o objetivo de “fazer uma leitura da realidade familiar em Portugal”, no primeiro centenário da ordenação sacerdotal do fundador.

“Quais são as perceções que as pessoas têm em relação à família? Daí tiraremos algumas conclusões que queremos compartilhar, não só com o universo cristão católico, mas também com outras instituições que trabalham e estudam a família, porque queremos fazer disto o contributo do Instituto Secular das Cooperadoras da Família, que se dedicam ao cuidado da família”, disse o Juan Ambrosio, esta sexta-feira, em entrevista à Agência ECCLESIA.

O docente da Universidade Católica Portuguesa, que coordena o estudo sobre ‘A Família na sociedade contemporânea’ para o ISCF, explica que querem ter “diversas dimensões” para que o cuidado da família, depois de conhecerem “melhor a realidade familiar, possa ser ainda mais afinado, mais certeiro, mais substantivo”.

“Que possa ajudar as famílias a cumprir bem a sua missão, que é uma missão essencial para a humanidade; quando olhamos para a história da humanidade, detetamos que a família é um elemento sempre presente. Ou seja, se quisermos compreender a história da humanidade, aí encontraremos o dado familiar e, por isso, um universal antropológico”, desenvolveu Juan Ambrosio.

O coordenador do estudo sobre a família do ISCF acrescenta que querem perceber “qual é a estrutura hoje, o que é que impacta na família”, quais as transformações que “está a sofrer”, por exemplo, a partir das novas comunicações, dos novos meios tecnológicos, “a questão da inteligência artificial”, para identificar os desafios e as oportunidades, “porque os desafios podem ser oportunidades”.

Os resultados do “grande inquérito” vão ser divulgados e analisados num congresso do instituto em honra dos 100 anos da ordenação sacerdotal do padre Joaquim Alves Brás, nos dias 17 e 18 de maio, com o tema “Atravessados pelo Amor e pela Esperança” — Cuidar as Famílias com(o) o Pe. Brás.

“Quanto maior for o número de respostas, maior será a solidez do nosso conhecimento e maior poderá ser também a fortaleza do contributo das Cooperadoras para o conhecimento e o cuidado das famílias”, realça o Juan Ambrosio, no Programa ECCLESIA, transmitido esta sexta-feira, na RTP2, num apelo à participação.

O inquérito, sobre ‘A Família na sociedade contemporânea’, está disponível na página da internet das Cooperadoras da Família, foi preparado por uma equipa que tem como principal o professor Eduardo Duque, da Universidade Católica Portuguesa.

O Instituto Secular das Cooperadoras da Família, que está a celebrar 25 anos de reconhecimento de ‘Direito Pontifício’, nasceu em 1933, fundado pelo padre Joaquim Alves Brás, da Diocese da Guarda, com o carisma e missão do “cuidado da santificação da Família, fonte de vida humana e agente de transformação do mundo”.

Foto: Agência ECCLESIA/OC

O Instituto Secular das Cooperadoras da Família está a desenvolver este estudo em parceria com a Universidade Católica Portuguesa, a instituição de Ensino Superior que celebra o seu dia nacional no primeiro domingo de fevereiro, este ano dia 2, com o mote ‘O saber da esperança’.

“É um tema bem interessante, necessário e importante, todo este trabalho de conhecer melhor a realidade, saber penetrar melhor na realidade, de discernir melhor a realidade, mas não pelo simples facto de querer conhecer por conhecer, mas que possa resultar algo de bom para a promoção da dignidade humana e da procura do bem comum”, destacou Juan Ambrosio.

O professor da Faculdade de Teologia da UCP assinalou que os dois elementos – a promoção da dignidade humana e a procura do bem comum – parecem “dois polos essenciais para lidar com o futuro, com os desafios enquanto comunidade humana”, por isso, é “muito relevante” existir uma instituição que se preocupa com isso e que o faz “com o sabor do Evangelho, com a inspiração, com essa amplitude e horizonte do Evangelho”.

“Que em cada ano possamos parar um bocadinho para pensar a identidade e a missão desta instituição, desta universidade, ao serviço da causa humana e, sendo ao serviço da causa humana é ao serviço da causa de Deus, porque a causa de Deus é a causa humana, parece-me de facto muito relevante”, acrescentou.

Este domingo, 2 de fevereiro, dia nacional da Universidade Católica Portuguesa, é celebrada uma Missa de ação de graças, às 11h00, na igreja de Santa Isabel, em Lisboa, transmitida pela Rádio Renascença.

A UCP comemora também o seu dia nacional com uma sessão solene, este ano com o mote ‘O saber da esperança’, no dia 7 de fevereiro, pelas 17h30, no auditório cardeal Medeiros da instituição, em Lisboa.

“O saber como sinal de esperança, como testemunho de esperança, porque se formos capazes de aprofundar o nosso conhecimento da realidade, estaremos mais bem preparados para responder aos desafios que temos de enfrentar. E não são poucos, como bem sabemos”, acrescenta o professor Juan Ambrosio.

HM/CB/PR

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