Cardeal-patriarca quer «reavivar a vida espiritual na sua vertente contemplativa» na diocese de Lisboa
Lisboa, 03 jun 2011 (Ecclesia) – O cumprimento das obrigações do Estado social previstas pela Constituição é “inviável” sem a colaboração das instituições particulares de solidariedade, as Misericórdias e as Mutualidades, consideram os padres do Patriarcado de Lisboa.
A conclusão, extraída de um inquérito aos centros sociais da diocese, a que responderam 78 de um universo de 148, foi apresentada no Conselho Presbiteral do Patriarcado, que se reuniu na terça e quarta-feira em Lisboa, segundo refere o comunicado final do encontro enviado à Agência ECCLESIA.
Durante a reunião, presidida pelo cardeal-patriarca, D. José Policarpo, explicitaram-se “várias conquistas” a alcançar: “a profissionalização com a passagem do assistencialismo à Ação Social integradora”, “a criação de emprego que produz riqueza económica” e a “melhoria dos serviços prestados”.
A assembleia, constituída por padres escolhidos e eleitos para aconselhar o patriarca, sublinhou que os organismos de ação social da Igreja defrontam-se com o “desafio” de transmitir a mensagem cristã e dar “um testemunho vivo da caridade”, ao mesmo tempo que procuram assegurar a sua “sustentabilidade”.
Henrique Joaquim, investigador da Universidade Católica presente no encontro como convidado, alertou para o perigo de uma “solidariedade mecânica” e frisou que a profissionalização nas instituições de apoio social eclesiais acentuou a técnica mas deu pouco espaço à “dimensão espiritual”.
O docente assinalou também que o “Estado Social tem cada vez mais respostas” mas “existe mais desigualdade social, sem as causas para tal facto estarem devidamente estudadas”.
O programa da reunião incluiu a apresentação de uma proposta de organigrama do Departamento Socio-Caritativo do Patriarcado, em que se prevê a criação de um grupo de ação social por paróquia, abarcando “todas as realidades” da comunidade, para que a “caridade” seja “transversal” a todos os planos pastorais.
No segundo dia de trabalhos, o cardeal-patriarca salientou que pretende “reavivar a vida espiritual na sua vertente contemplativa” na diocese, “tema muito atual que precisa de bastante atenção sobretudo da parte dos Pastores como formadores e dinamizadores das comunidades cristãs”.
Os conselheiros aprovaram as contas do patriarcado referentes a 2010 e exprimiram o desejo de que se faça uma “catequese” aos católicos “sobre a necessidade de uma maior participação dos fiéis na sustentação do clero e nas atividades normais da Igreja”.
RM