Sociedade e políticos juntos no combate à pobreza

Cáritas critica medidas governamentais inadequadas, emprego precário e falta de acesso a servíços mínimos As medidas governamentais inadequadas, o emprego precário e mal pago e a discriminação no acesso aos serviços mínimos são causas apontadas por Eugénio da Fonseca, Presidente da Cáritas Portuguesa, que impendem o reconhecimento dos indivíduos como membros de pleno direito da sociedade. No dia dedicado à Erradicação da Pobreza, Eugénio da Fonseca afirma que é imperativo “garantir o acesso a recursos e a direitos básicos, aumentando os níveis de cidadania, implementar políticas integradas e adequadas que apoiem o acesso a um rendimento mínimo, ao mercado de trabalho e a serviços de qualidade”, pois “ter trabalho não é sinónimo de melhor emprego”, ou seja, pessoas integradas ni mercado de trabalho são também “atingidas pela pobreza”. A atribuição de um rendimento mínimo, a implementação de uma segurança social forte que apoie sistemas de pensões dignos, a criação de políticas sustentadas nos domínios da saúde e da habitação são instrumentos eficazes na luta contra a pobreza e sublinhados num comunicado enviado à Agência ECCLESIA. 3 mil milhões os pobres no Mundo, 78 milhões dos quais vivem na Europa. Números recordados por Eugénio da Fonseca que recorda que “1 em cada 10 pessoas sente-se excluída da sociedade, o que corresponde a uma média de 20% nalguns Estados Membros da União Europeia, como é o caso de Portugal”. Apesar de se produzir mais riqueza, aponta o comunicado, “acentuam-se as desigualdades entre as pessoas e as regiões”. O crescimento económico é uma condição essencial para o desenvolvimento, mas “deve orientar-se por uma política integrada que cuide da valorização de medidas nas áreas da educação, da saúde, da segurança social e do trabalho”. “Nunca se conseguirá alcançar níveis satisfatórios de crescimento sem proporcionar condições de bem – estar às populações. É imprescindível não desligar as questões sociais do núcleo duro das políticas económicas geradoras de crescimento”, sendo por isso essencial “mobilizar a sociedade e não só os decisores políticos”.

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