Sociedade e Estado deveriam agradecer às Instituições Sociais

D. Jorge Ortiga reuniu com organismos ligados à Igreja O Arcebispo Primaz defendeu ontem que a sociedade e o Estado deveriam agradecer às instituições de solidariedade social pelo trabalho desenvolvido em prol dos mais necessitados e das famílias. «Estas instituições não são um mal menor, mas um bem maior», disse D. Jorge Ortiga no encontro que realizou ontem, no Colégio de São Caetano, em Braga, com quatro instituições de solidariedade social ligadas à Igreja. Refira-se que 85 por cento das instituições sociais do distrito/Diocese de Braga estão directa e indirectamente ligadas à Igreja. Aos responsáveis do Colégio de São Caetano, do Instituto Monsenhor Airosa, Instituto Juvenil de Maria Imaculada e o Centro Social Padre David Oliveira Martins, o Arcebispo explicou que a vida da Igreja não são só os sermões mas também o contacto com a realidade. No encontro, que marcou a abertura do novo Ano Pastoral da Arquidiocese de Braga, D. Jorge Ortiga mostrou a sua gratidão pelo trabalho desenvolvido nestas instituições que, segundo referiu, «estão a pôr em prática o nosso Programa Pastoral que tem por lema “Família Solidária”». Acompanhado pelo Bispo eleito de Aveiro, D. António Santos, o Arcebispo Primaz ficou a conhecer um pouco melhor a realidade de cada uma das instituições convidadas, cabendo as honras de abertura ao Colégio de São Caetano. Para o presidente da instituição, o Colégio de São Caetano é um exemplo vivo de que a Igreja se preocupa com o apoio à família. «É uma instituição da Igreja dirigida por um grupo de irmãos que se dedica generosamente à educação dos jovens, que apoiam as famílias quando elas não podem desempenhar esta função», disse António Abreu. Apesar de ser uma instituição “velhinha”, o director do colégio, irmão José Figueiredo, considera que a casa tem sempre algo de novo. «Apoiamos crianças e jovens entre os seis e os 22 anos que fazem com que esta casa seja sempre nova», notou. Diariamente, a instituição tenta fazer valer o lema de João Baptista de La Salle, “cuidar das crianças pobres melhor do que se fossem filhos de reis”, e corresponder às necessidades dos 95 jovens que acolhe. O director do Colégio de São Caetano não escondeu alguma preocupação em relação aos antigos alunos devido à ausência de estruturas que os acompanhem na sua nova vida. Aposta na formação integral dos jovens O Instituto Juvenil de Maria Imaculada, situado em S. Victor, foi outra das instituições convidadas pelo Arcebispo. Este instituto acompanha 25 jovens, entre os seis e os 19 anos, e aposta na sua formação integral. «A nossa preocupação é transformar estas jovens em cidadãs activas para que tenham uma família e estabeleçam uma ruptura com o seu passado», explicou a responsável da instituição. O trabalho solidário dentro e fora do instituto é uma das vertentes do projecto da instituição, onde existe um grupo de voluntários que conta com a colaboração das utentes que, durante o Verão, trabalham com crianças e idosos de outras instituições. Preparar as jovens para a vida no exterior, para a autonomia e mercado de trabalho é a missão do Instituto Monsenhor Airosa (IMA). Além do lar de crianças e jovens onde estão integradas 39 utentes, a instituição possui um lar residencial para mulheres adultas sem retaguarda familiar e ainda um grupo de dez idosas. A directora interna e técnica do IMA explicou ao Arcebispo Primaz que a instituição está a trabalhar na definição clara da sua missão e dos seus valores para depois elaborar o seu projecto educativo. Emergência infantil criada em Ruílhe Das instituições presentes no encontro com D. Jorge Ortiga, o Centro Social Padre David Oliveira Martins (Ruílhe) é o que possui maior número de utentes repartidos por diversas valência. Este centro tem quase cem funcionários entre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, educadores sociais, técnicos sociais, educadores de infâncias e auxiliares. «Abrangemos todas as faixas etárias, dos zero aos 97 anos», disse o director do Centro Social, cónego Narciso Fernandes. A instituição criou a valência de emergência infantil, um departamento que neste momento acolhe 17 bebés. A par deste serviço, o Centro Social de Ruílhe possui um internato para 78 raparigas e outro para 50 idosos. A estes acrescem ainda as valências de apoio domiciliário, centro de dia, creche e jardim de infância que abrangem 330 utentes. «Com tantos utentes e funcionários, servimos todos os dias cerca de 400 refeições. É portanto uma instituição que exige muito empenho e dedicação», contou o cónego Narciso Fernandes. E para manter a saúde financeira da instituição, que possui um orçamento anual de um milhão e 700 mil euros, o Centro Social conta com uma rede alargada de benfeitores e colaboradores. A par dos benfeitores e dos contratos atípicos celebrados com a Segurança Social, a instituição teve que encontrar outros meios de sobrevivência de que é exemplo a sua quinta agropecuária.

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