Professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa apresenta três propostas de leitura
Lisboa, 23 ago 2024 (Ecclesia) – Juan Ambrósio, professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP), defende a importância do diálogo no momento “histórico” que o mundo atravessa, “tão polarizado”, “quer do ponto de vista social”, “quer mesmo do ponto de vista eclesial”.
Em entrevista ao programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2, o docente faz propostas de leitura para o tempo de férias, entre elas o livro “Fora do Diálogo não há Salvação”, que recolhe os textos de Frei Bento Domingos, publicados na revista do Centro de Reflexão Cristã.
“Estamos muito precisados desse exercício [do diálogo]. Penso que pode ser uma boa leitura, ajudar-nos a pensar como o diálogo é urgente e que verdadeiramente esse é o caminho que temos de fazer. Em certo sentido, este diálogo é também a dimensão da sinodalidade que queremos viver, que queremos praticar”, afirmou o teólogo.
O professor da UCP descreve que a obra reflete a forma como frei Bento Domingues “praticou uma teologia em diálogo com o mundo, em diálogo com a cultura, em diálogo com a realidade, procurando sempre legibilidades, não procurando a trincheira ou o bastião, o defender-se, mas procurando nesse diálogo abrir novas perspetivas, novos pontos, novos horizontes”.
De um cariz diferente, Juan Ambrósio propõe o livro “Sinodalidade e as Ressonâncias da Fratelli Tutti”, de Eugénio Fonseca, que reúne ecos e comentários à carta encíclica do Papa Francisco (2020), que alunos do curso lecionado pelo autor, no Instituto Diocesano de Formação Cristã (Lisboa), pediram a várias pessoas.
“Esse exercício foi feito ao longo do curso, juntaram-se os textos e decidiu-se publicar esta recolha de comentários dessas pessoas e dos próprios alunos e do próprio professor a esses parágrafos da Fratelli Tutti”, conta.
Para o teólogo, a sinodalidade “é um tema maior, muito atual” e “muito presente”, lembrando que a segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos se realiza em outubro.
“Não é uma fase final, ou seja, o processo propriamente formal da Sinodalidade enquanto Assembleia termina. Mas a Sinodalidade enquanto tal, espero bem que não, porque, em bom rigor, já dissemos isso várias vezes, a Sinodalidade não é simplesmente uma metodologia, é uma maneira de ser igreja”, destaca.
O docente entende que a sinodalidade é um assunto que se estende para além de uma reunião: “Por mais pitoresca e por mais estruturada e por mais diferente que seja essa reunião, é muitíssimo mais que uma reunião. Atrevo-me a dizer que, sendo essa reunião importantíssima e indispensável, não é de todo mais importante na Sinodalidade”.
O valor obtido com a venda desta publicação destina-se à aquisição de Bíblias para a missão de Menongue, em Angola.
“Portanto, é interessante vermos este exercício de que a reflexão e a doutrina social da Igreja tem que ser isso, não uma mera reflexão, mas uma reflexão que depois é capaz de conformar uma ação que se concretiza e que tende a transformar a realidade”, realçou.
Como terceira proposta para leitura de férias, o entrevistado sugere a coleção da UCP Editora “Argumento” que, explica o professor, concentra-se “num tema da atualidade e, de um modo muito conciso,” apresenta os “argumentos principais”.
No programa, o professor mostrou três exemplos: “O que é Portugal? O que somos e porque somos”, “Direito e Inteligência Artificial”, um tema que “está neste momento em cima da mesa” e cujas “últimas intervenções do Papa Francisco são nesta linha”, e “Sinodalidade e Comunhão no magistério do Papa Francisco”.
“Leem-se bem e tem esta grande vantagem de ir direto ao assunto. É uma boa maneira de pegarmos num tema e ficarmos a compreender do que é que se trata”, assinalou.
PR/LJ/OC
A cada sexta-feira do mês de agosto, o Programa ECCLESIA convida os entrevistados a partilharem as sugestões de leitura para dias de férias, além da análise aos textos da Bíblia que são lidos nas missas dominicais. |
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