De um modo generalizado, a sociedade “não está muito envolvida na problemática das prisões, nem da prevenção do crime, nem da ressocialização, nem do apoio às vítimas, nem do apoio e ajuda às famílias dos reclusos, como também não está muito sensibilizada para uma verdadeira justiça restaurativa ” – disse o Pe. João Gonçalves, coordenador nacional da pastoral penintenciária/prisional aos participantes do I Congresso da Pastoral Social. Subordinado ao tema «Intervir na sociedade, hoje! Memória e projecto», este iniciativa promovida pela Comissão Episcopal da Pastoral Social decorre em Fátima de 9 a 11 deste mês. Na sua intervenção, o sacerdote da diocese de Aveiro apela para que a sociedade não fique “indiferente ou apenas a observar onde as coisas podem ir parar; muito menos numa posição de crítica destrutiva ou permanente condenação daquilo que se faz ou não faz”. Perante estas citações citadas, o Pe. João Gonçalves sente a “urgência de que, em todas as dioceses, se institua uma comissão ou secretariado diocesano da pastoral penitenciária” que ficaria dependente do Departamento da Pastoral Social. As paróquias não podem ficar alheias destas questões e deverão ter “um serviço que reflicta estas problemáticas e tende as melhores respostas”. Os estabelecimentos prisionais deverão ter também grupos de voluntários católicos, ligados ao capelão, “para que sejam uma voz forte e clara da presença da igreja servidora, junto dos que sofrem”. No nosso país, o número de pessoas envolvidas em processos de execução de penas ou a cumprir medidas privativas de liberdade, “ultrapassa os onze mil”. Depois de apresentar estes números, o coordenador nacional da pastoral penintenciária/prisional sublinha que só servindo estas pessoas em situação de sofrimento, a Igreja dá “visibilidade ao Mandamento do amor, nosso «cartão de visita»”.