Sacerdote pede «consciência cívica» e debate «clarificador» sobre questões do interesse português
Lisboa, 31 mar 2014 (Ecclesia) – O padre José Luís Borga lamenta que as pessoas estejam “arredadas” da participação cívica a que os atos eleitorais convocam e que os políticos não saibam “explicar o que fazem”.
“Quando vejo programas com os vários grupos parlamentares na Europa, tenho dificuldade em perceber sobre o que estão a falar e de que forma isso se relaciona com a vida dos portugueses. Não se explicam bem”, sublinha o sacerdote à Agência ECCLESIA.
O padre José Luís Borga, comentador da Ecclesia, falava sobre a mensagem do presidente da República ao país e aos partidos políticos sobre as eleições europeias, agendadas para 25 de maio, onde Cavaco Silva afirmava que a crispação do debate pode condicionar entendimentos que sejam “indispensáveis” no futuro.
O sacerdote teme que as pessoas resolvam a sua participação eleitoral de forma “mais imediata”.
“Receio que as pessoas, na altura, decidam votar em qualquer um ou tão pouco se deslocam às urnas, considerando que isso já é uma forma de protesto. Tenho dúvidas sobre isso, mas compreendo a dificuldade, porque eu também as tenho.”
Na opinião do sacerdote da diocese de Santarém, “a abstenção é a pior força de participação”, equivalente, afirma, a “«acabem com as eleições» ”.
O apelo do presidente da República denota um “problema sério”: “as pessoas estão arredadas da importância que estes atos têm” e “não entendem o valor e o interesse da participação”.
O padre Borga apela a uma “consciência cívica” que deve ser formada para que “não se transferira para terceiros a responsabilidade de cada um” e que denote a “atenção ao mundo”.
“Os problemas da imigração, as respostas sociais, a ecologia, as diretivas europeias que tantas vezes implicam com a nossa vida” são exemplos enunciados que pedem um acompanhamento dos portugueses.
“Se as pessoas tiverem consciência da força que têm e do poder do seu voto, certamente não deixarão isso para terceiras pessoas, nem abdicarão do poder que têm em mãos”.
O comentador da ECCLESIA pede que a campanha eleitoral, com início a 12 de maio, aposte em coisas “práticas” e “clarificadores”, mas teme a sua dificuldade uma vez que a “própria comunicação social está com problemas em fazer a cobertura”.
O padre José Luís Borga integra um grupo de colaboradores da Ecclesia que semanalmente comenta a atualidade informativa cuja análise completa pode encontrar no canal 524995 da plataforma MEO.
LS
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