Sociedade: Cristianismo tem de materializar-se na comunidade e na família, diz bispo do Porto

«A quem duvidar de Deus ou ainda O desconhecer, mostre-lhe a comunidade cristã, em partilha e amor persistentes, que «Ele está no meio de nós»»

Lisboa, 20 jun 2011 (Ecclesia) – O bispo do Porto sublinhou este domingo que o centro da identidade cristã e a prioridade catequética da Igreja Católica devem concretizar-se na sociedade e na família, contrariando a tendência para o individualismo.

“A única apologia possível e a maior catequese a fazer, nos tempos tão dispersos que hoje correm”, é a “imprescindível sinalização comunitária e familiar do Deus de Jesus Cristo”, frisou D. Manuel Clemente, segundo texto publicado no site da diocese portuense.

O prelado, que presidiu na cidade de Espinho, próximo do Porto, à eucaristia em que se assinalou o dia diocesano da família, afirmou que o “grande problema” atual é as pessoas quererem-se “individualmente apenas, sem persistência e desligados”.

Na data em que os católicos também celebraram a Santíssima Trindade – Deus único em três pessoas iguais e distintas, a que foram dados os nomes de Pai, Filho e Espírito Santo – o prelado explicou o núcleo daquela definição de fé essencial para os cristãos.

A Santíssima Trindade, referiu Manuel Clemente, é “amor como relação que perdura”, numa “constante saída de si para o outro, regressando a si pelo outro”, através de um ciclo de “Vida gerada e retribuída”, que não se resume a uma “especulação” doutrinal mas a uma “experiência compartilhada e muito concretamente verificada”.

“Em cada família cristã – ou concretização conjugal do amor de Deus e representação familiar de Deus amor – a unitrindade divina espelha-se na unidade de todos, vivendo num mesmo espírito, em que conjuntamente crescem”, referiu o bispo do Porto ao relacionar os dois temas da celebração.

Manuel Clemente frisou que a relação pessoal com Deus deve ser concretizada na Igreja: “Pode qualquer um de nós ter, ou vir a ter, momentos especialíssimos de revelação de Cristo”, mas essas experiências “autenticam-se na inserção comunitária”, dado que os carismas não são dados para “proveito individual ou vanglória”.

“A quem duvidar de Deus ou ainda O desconhecer, mostre-lhe a comunidade cristã, em partilha e amor persistentes, que ‘Ele está no meio de nós’”, acrescentou o prelado na missa em que foram homenageados casais que em 2011 fazem 10, 25, 50 e 60 anos de vida matrimonial.

Para o presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, a definição do cristianismo baseia-se no Evangelho, e não na “fútil imaginação, sempre propensa a inventar deuses”.

RM

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