Sociedade: Congresso vai «Repensar Portugal, a Europa e a globalização», no centenário do nascimento do padre jesuíta Manuel Antunes

«Perspetivas novas sobre o futuro» animam debates em Lisboa e na Sertã

 

Lisboa, 25 set 2018 (Ecclesia) – O centenário do nascimento do jesuíta Manuel Antunes vai ser assinalado de 3 a 6 de novembro com o congresso ‘Repensar Portugal, a Europa e a Globalização’, em Lisboa e na Sertã, procurando lançar “perspetivas novas sobre o futuro”.

“A melhor homenagem que poderemos fazer ao padre Manuel Antunes não é olhar para o passado, mas partir do melhor que hoje se faz e do diálogo internacional para a melhor compreensão do futuro”, disse o presidente da Comissão Científica do Centenário, Guilherme d´Oliveira Martins na Biblioteca Nacional de Portugal.

Em declarações à Agência ECCLESIA, esta segunda-feira, antes da apresentação do programa “ambicioso”, o responsável afirmou que a “preocupação” é reunir especialistas de vários domínios “com grande qualidade, exigência”, para e mobilizar a sociedade e os mais jovens para “compreensão de quem foi o padre Manuel Antunes”.

O sacerdote jesuíta, professor universitário e ensaísta português, nasceu a 3 de novembro de 1918, na Sertã, e faleceu em 1985.

O congresso internacional ‘Repensar Portugal, a Europa e a Globalização: 100 Anos Padre Manuel Antunes’ vai realizar-se em Lisboa – na Sala do Senado da Assembleia da República e na Fundação Calouste Gulbenkian – e na terra natal do religioso, a Sertã.

“Há uma preocupação de descentralização, procurar aproximar-se das pessoas e não ficar distanciado”, realçou Guilherme d´Oliveira Martins, sobre um congresso “centrado no conhecimento, na coesão social e na

preocupação de um desenvolvimento humano efetivo”.

Por sua vez, o presidente da comissão organizadora do evento assinalou que o padre Manuel Antunes “repensou Portugal na sequência do 25 de abril” como, também, pensou a Europa do seu tempo “como processo de integração europeia dos diferentes países”, desde os anos 60 e 70.

“Tendo como pano de fundo o pensamento e o seu ideário crítico e analítico vamos olhar para o mundo de hoje, na segunda metade do século XXI e pensá-lo à luz daquilo que era essa tradição pensante instituía pelo padre Manuel Antunes e à luz dos seus valores da sua visão da humanidade, de Portugal, da Europa e do mundo”, desenvolveu José Eduardo Franco.

O presidente da comissão organizadora do congresso adiantou ainda que pretendem que esta seja também “uma grande ação de formação acreditada” para os professores dos vários níveis de ensino, abordando os “grandes desafios” que novas gerações vão enfrentar “num mundo marcado pelo sinal da mudança vertiginosa”.

Guilherme d´Oliveira Martins recordou ainda que o Padre Manuel Antunes teve ao longo da sua vida “uma importância muito significativa”, no magistério académico” mas, também, como “animador da revista Brotéria”, onde “deu tudo de si”.O sacerdote foi diretor da publicação da Companhia de Jesus em Portugal, entre 1965 e 1982, tendo assinado artigos da sua autoria com 126 pseudónimos.

A ‘Brotéria’ foi fundada em 1902 e o atual diretor realça que o seu predecessor “deu enorme prestígio à revista” e a “catapultou para um patamar de excelência”.

“Promoveu muitíssimo o diálogo com as culturas, as culturas urbanas”, observa o padre Jesuíta António Trigueiros, para quem o Centenário Antunesiano “merece ser bem vivido” e, sobretudo, “ser oportunidade de conhecer e aprofundar o legado que deixou” o sacerdote pedagogo e humanista.

A organização tem abertas as inscrições para o congresso do centenário do nascimento do padre Manuel Antunes que está a ser assinalado com diversas iniciativas, como uma exposição itinerante e apresentação de novas publicações.

CB/OC

 

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Agência ECCLESIA

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