Sociedade: Centro Cultural Brotéria quer ser diálogo e encontro entre tradição e contemporaneidade (c/vídeo)

Companhia de Jesus vai dinamizar polo cultural em parceria coma Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

Foto: SCML

Lisboa, 17 out 2018 (Ecclesia) – A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) apresentou o novo Polo Cultural de São Roque, que vai incluir atuais e novas ofertas, onde se destaca o Centro Cultural Brotéria, uma parceria com a Companhia de Jesus (Jesuíta).

“Há um encontro que gostávamos de oferecer, o que pertence à tradição do país, da Santa Casa, da Brotéria, com o que são as preocupações contemporâneas de quem vive no mundo urbano, e onde a tradição tem que ser atualizada, tem também uma palavra a dizer”, disse o padre Francisco Mota à Agência ECCLESIA.

Segundo o sacerdote jesuíta, responsável pela comissão instaladora do Centro Cultural Brotéria, com a nova proposta procura-se o diálogo e “deixar de viver num mundo cultural onde se defende e impõe a posição”, para criar outra maneira de viver a cultura, a arte, a política, as políticas sociais.

“Onde se escuta, se está atento, onde aquilo que é feito não nasce de meia dúzia de gabinetes que estão defendidos por portas e alarmes e se impõe para a rua, mas o movimento é ao contrário, estar na rua, perto da rua, ouvir as preocupações”, desenvolveu.

Para além da biblioteca e do arquivo da revista Brotéria, composto por mais de 160 mil volumes, o centro cultural dos Jesuítas vai passar a fazer a produção e a edição da publicação que nasceu em 1902, com “uma história grande em áreas diferentes da vida portuguesa”.

Vão ser “duas grandes portas abertas à rua”, com salas para cursos, seminários, conferências, uma livraria, um “espaço descontraído” de cafetaria e leitura”, no novo polo no Palácio dos Condes de Tomar, onde já esteve a Hemeroteca de Lisboa, junto à igreja de São Roque.

O padre Francisco Mota frisa que a Brotéria “quer ser a esquina” que faz encontrar o Chiado e o Bairro Alto e convida “a entrar, a conversar, a ver”, numa postura de “quem escuta e recebe”.

“Não impor programação fechada para meses, mas que nasça organicamente da relação com quem nos procura, visita, há espaço para sugestões de quem bate à nossa porta”, acrescenta o sacerdote da Companhia de Jesus.

Filipa Klut, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, explica por sua vez que o Centro Cultural de São Roque quer “integrar” o que já está existe, no Largo Trindade Coelho.

Para além da igreja e do museu de São Roque, o arquivo histórico, “com um acervo documental histórico imenso, muito importante”, e a biblioteca, vão nascer dois novos espaços que acrescentam “diversidade e complementaridade” à oferta que já existe.

A Casa Ásia abre portas em 2019 e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa vai expor 1200 obras da coleção Francisco Capelo, de cerca de 15 países da Ásia, com mais de 20 séculos.

Sobre a parceria com a parceria com os Jesuítas, que já tem “dinamismo” e envolvimento “nos temas culturais”, Filipa Klut revela que têm “grandes expetativas” e a SCML não tem dúvidas de que “se enquadrará” no espírito do tema da ‘hospitalidade’.

“A Misericórdia tem uma visão muito dinâmica da cultura, os museus deixaram de ser espaços estanques, passivos aos quais se vai dar uma volta. A programa para este triénio que nasce é forte e cheio de energia”, acrescentou o padre Francisco Mota.

O cardeal-patriarca de Lisboa, nas nomeações para o ano pastoral 2018/2019, confiou à Companhia de Jesus a coordenação da Paróquia da Encarnação, no Chiado.

PR/CB/OC

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Agência ECCLESIA

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