Docente da UCP fala em oportunidade para promover «reformas importantes»
Lisboa, 21 fev 2022 (Ecclesia) – José Miguel Sardica, professor da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa (UCP), considera que o resultado das últimas legislativas, com maioria absoluta para o PS, nasceu da vontade de “uma maior estabilidade”.
“O eleitorado apostou, conscientemente ou inconscientemente, na melhor alternativa para uma estabilidade num cenário pós-pandémico”, disse à Agência ECCLESIA.
O docente universitário destaca que o anterior Governo “durou dois anos, apenas”, e terminou de “uma forma abrupta e menos expectável” – face à chamada “geringonça” que existia desde 2015 -, com o chumbo do Orçamento de Estado de 2022.
As eleições acabaram “por espelhar a busca de maior estabilidade e de maior certeza”, frisou José Miguel Sardica, em entrevista emitida hoje pelo programa ECCLESIA (RTP2).
Segundo o docente de Estudos Políticos, o eleitorado deu “um recado” ao novo desenho parlamentar apontando ao pós-pandemia, com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), nos próximos anos”.
“É fundamental não esquecer que a pandemia criou problemas sociais novos”, apontou.
O entrevistado afirmou que o país vive uma situação inédita, com “estabilidade política e alguma segurança financeira”, pelo que é tempo de aproveitar “esta oportunidade para dar o salto”, promovendo “reformas importantes” em campos onde tem existido hesitação.
Para José Miguel Sardica, o trabalho do “bem comum é o grande desafio da política” porque “a missão mais nobre dos políticos é assegurar” que a sociedade “se torna melhor”.
O docente da UCP adverte que “a política, muitas vezes, é um jogo muito tático” e admite o receio de que as verbas do PRR sejam desperdiçadas.
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