Sociedade: Bispo de Beja diz que efeitos da austeridade são incertos

D. António Vitalino destaca sinais de esperança na sociedade portuguesa e considera que «culpados» pela crise devem assumir responsabilidade

Beja, 28 nov 2012 (Ecclesia) – O bispo de Beja receia que as medidas económicas tomadas pelo Governo não resultem e sustenta que os causadores da crise em Portugal deviam assumir as responsabilidades.

“Adivinha-se um ano ainda com mais austeridade, sem termos a certeza do seu êxito. Haveria alternativas?”, questiona D. António Vitalino na sua nota semanal, enviada hoje à Agência ECCLESIA, onde lembra que a aprovação do orçamento de estado para 2013 foi acompanhada por “muitas manifestações adversas”.

O responsável frisa que Portugal depende “da boa ou má vontade” dos credores e pergunta: “Porque nos endividamos tanto? Valeu a pena? Ou queimamos em consumos desnecessários o que agora nos falta para viver com dignidade?”.

“Porque só agora acordamos de uma vida social e política sem controlo nem preocupações? Haverá culpados e porque não assumem a responsabilidade do rumo errado em que puseram o nosso povo e o nosso país?”, interroga.

A mensagem também realça os “sinais de esperança” na sociedade portuguesa: “Muita gente está disposta a partilhar tempo, saber, haveres e até a vida. O voluntariado e a solidariedade estão na ordem do dia, manifestados em muitas ações e instituições”.

“A figura deste mundo egoísta e consumista há de passar. Comecemos nós a amar os pobres, os que sofrem, a ser simples e austeros, pois a mudança começa por nós mesmos”, sublinha.

D. António Vitalino pede aos católicos para serem sinais de uma “vida diferente” inspirada em Jesus, que “nasceu pobre apesar de tudo poder, para servir e não para ser servido”.

Referindo-se ao Advento, tempo de preparação para o Natal que começa este domingo, o prelado apela à manifestação por parte dos fiéis de uma “esperança ativa, porque anunciada, rezada e vivida”.

As três primeiras semanas do Advento, que recordam especialmente a segunda e última vinda de Cristo à Terra, esperada pelos cristãos para o fim dos tempos, tornam este período litúrgico um tempo penitencial marcado pelo convite à vigilância, arrependimento e reconciliação com Deus.

A partir de 17 de dezembro a liturgia adventícia, pautada pela cor roxa, acentua a festa do nascimento de Jesus, que os católicos assinalam a 25 de dezembro.

As leituras bíblicas proclamadas nas missas evidenciam as figuras do profeta Isaías, de João Batista, precursor de Cristo, e de Maria, mãe de Jesus.

As manifestações do Advento, palavra de origem latina que significa “vinda” ou “chegada”, expressam-se na coroa de ramos verdes com quatro velas, que se acendem aos domingos, bem como na armação do presépio, entre outras práticas.

RJM

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Agência ECCLESIA

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