D. António Vitalino lamenta a prioridade dada ao «progresso material» e aos «horizontes» económicos
Beja, 10 mar 2014 (Ecclesia) – O bispo de Beja refletiu hoje sobre a importância da proposta cristã numa sociedade cada vez mais limitada a parâmetros materiais e económicos.
Na sua nota semanal, enviada à Agência ECCLESIA, D. António Vitalino sublinha que aqueles que privilegiam o sucesso financeiro e estão “de portas fechadas para acolher e integrar os outros, sobretudo os mais pobres”, estão apenas a desperdiçar uma vida que deveria ser “plena” de “sentido”.
“Entre o caminhar confiantes e com esperança de chegar a um fim feliz”, escreve o prelado, “há muitas experiências de avanços e recuos, entre antevisão alegre da realização plena e escuridão do desânimo da esperança perdida ou pelo menos cimentada de muitas dúvidas”.
No entanto, alerta o bispo, “essas nuvens adensam-se sobretudo se nossos objetivos de vida se baseiam apenas no progresso material e os horizontes têm os limites de uma economia de austeridade, de recessão, de montanhas intransponíveis ou de vizinhos que invejam e ameaçam o nosso bem-estar”.
D. António Vitalino propõe como alternativa “uma experiência de fé cristã” que convida as pessoas a serem capazes de “saírem de si mesmas” e a fazerem um caminho de verdadeira “transfiguração”, como convida o Evangelho do próximo domingo, o segundo da Quaresma.
Este convite à transfiguração, à mudança de vida, de valores, de prioridades, que Cristo deixou aos discípulos no Monte Tabor, para além de ser levado à sociedade, deve também continuar a ser apresentado à comunidade cristã, aponta o responsável católico.
“Qual o papel dos crentes neste empenho pelo bem do próximo, pelo bem comum?”, questiona D. António Vitalino, lembrando depois os testemunhos cristãos, “do presente e do passado” que podem ajudar a dar passos mais concretos.
“São estas vidas que têm sentido e dão esperança a um mundo coberto de densas nuvens”, conclui.
JCP