A Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) manifestou a sua preocupação com a situação na região Norte do país, que considera mergulhada num clima de “impunidade”. Os Bispos reagiram assim à absolvição do autor moral do assassinato da Ir. Dorothy Stang. A religiosa, de 73 anos, missionária de Notre Dame, foi assassinada a 12 de Fevereiro de 2005, em Anapu, no Estado do Pará. A missionária estava há quatro décadas trabalhando no interior da Amazónia. A Irmã Dorothy, norte-americana naturalizada brasileira, enfrentava ameaças de morte por fazendeiros da região desde que começou um trabalho de apoio aos trabalhadores rurais, em 1997. A presidência da CNBB divulgou uma nota por meio da qual “manifesta indignação ética pelo resultado do Tribunal do Júri, em Belém, absolvendo, pela maioria dos votos dos jurados, o acusado” e pediram às autoridades do Tribunal de Justiça do Pará para que “recuperem a justiça, erradicando a impunidade que estimula a violência”. Em Abril, durante a 46ª Assembléia Geral da CNBB, os Bispos emitiram uma nota de solidariedade a três prelados ameaçados de morte, na qual dizem ser solidários com eles e com as pessoas que eles defendem, como os índios, crianças e adolescentes que são explorados sexualmente e mulheres, vítimas do tráfico de seres humanos. Além do caso da Ir. Dorothy e dos bispos ameaçados de morte, a Presidência da CNBB falou sobre o conflito que atinge os povos indígenas na Terra Raposa Serra do Sol, manifestando o seu apoio à retirada dos invasores da Serra do Sol e à presença de Estado democrático de direito em Roraima.