Situação dramática entre os refugiados da Geórgia

Director da Caritas lança apelo para alimentos, medicamentos e alerta para a necessidade de se encontrar a paz Entre as polémicas e noticias contraditórias acerca da retirada das tropas russas da Geórgia, o director da Caritas daquele país, o Pe. Witold Szulczynski, dá conta de uma situação calamitosa. A Caritas da Geórgia mantém-se no local para ajudar as populações. “De manhã levamos pão”, conta o director da organização. “Queremos abrir uma clínica, em especial por causa das crianças e dos mais idosos, porque muitos têm problemas de saúde”. A acção da Caritas centra-se em Tblisi, mas os agentes da organização estão também em Rustavi, uma cidade a 20 quilómetros de capital onde prestam auxílio alimentar a 700 crianças. “Esta é uma situação dramática. Vejo tantas necessidades juntas. Pessoas que chegam sem nada, apenas com um vestido”, conta. Os refugiados que chegam a Tblisi provêm de Gori e da periferia. “Mas a grande maioria vem das vilas à volta de Tskhinvali. Há pelo menos 12 mil refugiados de Abkhazia. O director da Caritas da Georgia afirma que a situação dos refugiados é dramática. “Precisamos de ajuda”, afirmou, para desenvolveram a suas operações de socorro em Tiblisi, capital georgiana. Centenas de pessoas fugiram das suas casas por causa do conflito russo-georgiano. Estão hospedadas em escolas, em hospitais velhos e em muitas casas abandonadas há muitos anos, enfrentando condições “terríveis”. O Pe. Szulczynski relembra que no passado Sábado andou, juntamente com o embaixador italiano e o núncio apostólico, D. Gugerotti, na periferia de Tblisi, na zona do “velho hospital russo”. “Não há luz nem o mínimo na assistência sanitária. Não havia nada, apenas condições desastrosas”. O director da Caritas da Georgia aponta que as primeira necessidades são os alimentos, os medicamentos. “Uma ajuda às pessoas que ali permanecem para que, quando a situação acalmar, possam regressar e enterrar os seus mortos e ajudar os feridos”. Nuam conversa com o bispo ortodoxo, o Pe. Szulczynski percebeu que “há muitos corpos por sepultar e muitas pessoas feridas que não podem ser ajudadas porque as estradas estão cortadas”. O director apela ao envio de alimentos, medicamentos, mas pede sobretudo “paz, porque com a paz as pessoas vão, gradualmente regressar, reconstruir as suas casas e a cidade”. Recorde-se que o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, visita hoje este território.

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