A Venezuela vai viver, a partir de amanhã, momentos de grande tensão, quando começar a confirmação de mais de um milhão de assinaturas em favor do referendo revogatório do mandato presidencial de Hugo Chávez. A situação é acompanhada de perto pela Santa Sé, como confirmou o Pe. Pedro Freites Romero, reitor do Colégio Venezuelano de Roma, que irá participar como observador internacional na confirmação das 1,19 milhões de assinaturas, levada a cabo pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) local. “A Santa Sé tem conhecimento do que está a acontecer na Venezuela, as informações que se recolherem no país passarão para as organizações internacionais que estão a apoiar os venezuelanos, para que exerçam o seu direito de optar, através do referendo revogatório”, disse o Pe. Freites. O processo de ratificação precisa de validar 580.000 assinaturas para que a consulta popular seja activada. A decisão foi anunciada em Abril pela presidência do CNE que afirmou que das 3,4 milhões de assinaturas consignadas pela oposição, 1,91 milhões foram válidas e que 1,19 milhões deveriam ser submetidas a uma “confirmação”. No caso dos opositores comprovarem as assinaturas o referendo contra Chávez, eleito em 1998 com 57% dos votos, será posto em prática em Agosto. Para o Pe. Freites, a situação só chegou a este ponto por causa do “terrorismo de Estado” utilizado por Chávez. O sacerdote acusa ainda o CNE de “estar de joelhos diante do Regime, desrespeitando os cidadãos venezuelanos”.
