Síria: Vigário de Alepo acusa Ocidente de alimentar o massacre de cristãos

Dos Estados Unidos e França continuam a chegar «armas e munições cada vez mais potentes e letais», diz D. Georges Abou Khazen

Cidade do Vaticano, 15 abr 2015 (Ecclesia) – O vigário apostólico de Alepo, na Síria, considera que está em marcha um plano para “erradicar os cristãos” daquele país, do Iraque e de todo o Médio Oriente.

Em declarações difundidas pela Rádio Vaticano, D. Georges Abou Khazen fala de uma população civil não só cristã mas “muçulmana” que está “cansada da guerra, destes atos terríveis de violência”.

No entanto, o clima de terror prossegue, sob a égide do grupo armado Estado Islâmico e alimentado por interesses “regionais e internacionais” que permitem a chegada ao território de “armas e munições cada vez mais potentes e letais”.

Apesar dos constantes apelos que têm sido feitos à comunidade internacional para que intervenha sobre os massacres que estão a ser praticados na região, é precisamente da comunidade internacional que tem vindo o armamento.

“Estados Unidos e França, fornecem armas, combatentes, treino militar e ideológico”, acusa D. Georges Abou Khazen, que refere também a “Turquia e Arábia Saudita”.

Ainda no último sábado, em plena celebração da Páscoa Ortodoxa, vários “bairros cristãos foram bombardeados com armas pesadas, mísseis nunca antes vistos até então”.

“Vimos edifícios de cinco andares ruírem, pessoas que tinham medo de sair à rua permanecerem presas nos escombros. Nunca tínhamos visto nada do género”, descreve o responsável católico, que denuncia ainda ataques a várias igrejas e escolas.

O vigário de Alepo lamenta que esta situação esteja a “fazer desabar o mosaico da sã convivência que existia na Síria antes da guerra, onde cristãos e muçulmanos viviam “unidos e sem tensões de natureza confessional”.

Por agora, a Igreja Católica local vai procurando ajudar as vítimas naquilo que pode e mantendo as “portas abertas a cristãos e muçulmanos, como sempre fez no passado”.

“Esta é a beleza da Síria, o diálogo e o acolhimento entre pessoas de religiões diferentes, que os combatentes provenientes do exterior e imbuídos da ideologia querem destruir”, conclui D. Georges Abou Khazen.

JCP

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Agência ECCLESIA

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