Síria: Vaticano mantém intenção de enviar delegação a Damasco

Porta-voz diz que representantes da Santa Sé e do Sínodo dos Bispos querem partir «o mais depressa possível»

Cidade do Vaticano, 22 out 2012 (Ecclesia) – O porta-voz do Vaticano reafirmou hoje a intenção de enviar à Síria uma delegação com representantes da Santa Sé, apesar do clima de violência que se tem agravado na região.

“A anunciada missão na Síria de representantes da Santa Sé e do Sínodo dos Bispos continua a estar em estudo e preparação, a fim de levá-la por diante o mais depressa possível”, adiantou o padre Federico Lombardi, em comunicado publicado na página do Vaticano na internet.

A nota oficial alude aos “gravíssimos acontecimentos que tiveram lugar recentemente na região”, numa referência indireta aos atentados no vizinho Líbano, mas mantém o objetivo de enviar uma representação a Damasco para “responder eficazmente às finalidades propostas de solidariedade, paz e reconciliação”.

O secretário de Estado do Vaticano tinha anunciado na última semana que Bento XVI vai enviar uma delegação de cardeais e outros responsáveis católicos à Síria perante a “tragédia” que afeta a população após mais de ano e meio de conflito.

“Não podemos ser simples espetadores de uma tragédia como a que está a acontecer na Síria”, disse o cardeal Tarcisio Bertone, evocando o testemunho de alguns participantes no Sínodo dos Bispos que se encontra a decorrer no Vaticano.

A delegação vai incluir cinco participantes no Sínodo dos Bispos 2012, entre eles os cardeais Laurent Mosengwo Pasinya, arcebispo de Kinshasa, República Democrática do Congo; Jean-Louis Tauran, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, Santa Sé; Timothy Dolan, arcebispo de Nova Iorque, Estados Unidos da América.

A comitiva da Santa Sé integrará ainda o secretário para as relações com os Estados, D. Dominique Mamberti, e monsenhor Alberto Ortega, da Secretaria de Estado do Vaticano.

Segundo a fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), a catedral católica de Homs, uma das cidades mais atingidas pela violência na Síria, foi totalmente destruída por quatro bombas na última semana.

O clima de violência por causa do conflito entre o regime de Bashar al-Assad e os opositores ao regime estendeu-se na sexta-feira ao Líbano, num atentado em que morreu o general sunita Wissam al-Hassan, um dos mais altos responsáveis dos serviços secretos do país.

A capital libanesa registou hoje novos confrontos, com trocas de tiros entre o exército e homens armados num dos bairros sunitas da cidade, tendo sido ainda confirmadas três mortes em Trípoli, cidade do norte.

OC

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top