Síria: Vaticano exorta comunidade internacional a promover «sem mais demoras, iniciativas claras de paz»

Santa Sé reuniu corpo diplomático presente em Roma

Cidade do Vaticano, 5 set 2013 (Ecclesia) – O secretário do Vaticano para a Relação com os Estados reuniu-se hoje com o corpo diplomático acreditado junto da Santa Sé para reiterar a posição do Papa relativamente ao conflito armado na Síria.

Numa mensagem publicada pela sala de imprensa da Santa Sé, D. Dominique Mamberti defendeu como “absolutamente prioritário o fim da violência, que continua a semear a morte e a destruição, que ameaça envolver outros países do Médio Oriente e poderá ter consequências imprevisíveis em diversas partes do mundo”.

“Ao apelo feito às partes em confronto, para que não se fechem nos seus próprios interesses mas sigam com coragem e convicção a via do encontro e do diálogo, junta-se também outro feito à comunidade internacional, para que promova, sem mais demoras, iniciativas claras para a paz na Síria”, sublinhou o arcebispo.

O encontro convocado pela Secretaria de Estado do Vaticano contou com a presença de 71 embaixadores, aos quais D. Dominique Momberti explicou o significado da vigília de oração e jejum convocada pelo Papa para o próximo sábado.

De acordo com o representante da Santa Sé, “o apelo premente do Papa dá voz ao desejo de paz emanado de todas as partes da terra, do coração de cada homem de boa vontade”.

“Num momento da história marcado pela violência e pela guerra, um pouco por todo o planeta, Francisco quer chamar atenção para a situação particularmente grave e delicada do povo sírio, que já viu demasiada dor, sofrimento e destruição”, sublinhou.

Desde que a guerra estalou entre as tropas do regime de Bashar al-Assad e as forças rebeldes, já morreram mais de 110 mil pessoas na Síria e cerca de seis milhões de homens, mulheres e crianças foram obrigadas a deixar as suas casas, tanto para fugirem para fora do país como para buscarem segurança em outras regiões da nação árabe.

No dia 21 de agosto, mais de 1400 pessoas perderam a vida depois de um ataque alegadamente com armas químicas, levado a cabo pelo governo sírio.

Para D. Dominique Momberti, “diante desta situação ninguém pode ficar em silêncio e a Santa Sé espera que as instituições competentes apurem a verdade dos factos e que os responsáveis prestem contas na justiça”.

“Tais atos suscitaram forte reação no plano internacional” e, da parte do Papa, ficou o repto de que “o caminho para a paz não pode ser feito através das armas” e a convicção de que “há uma justiça de Deus e também uma justiça da história a que ninguém pode escapar”, sustentou.

Para que o futuro da Síria seja salvaguardado, o Vaticano defende “a criação de uma plataforma de entendimento entre Governo e rebeldes, tendo em vista a reconciliação do povo sírio, a preservação da unidade do país e a garantia da sua integridade territorial”.

Sublinha ainda a necessidade dos responsáveis futuros da Síria construírem um país com “lugar para todos, particularmente para as minorias, incluindo os cristãos, que respeite os direitos humanos, a liberdade religiosa” e não compactue com “grupos extremistas” nem com o “terrorismo”.

JCP

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Agência ECCLESIA

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