Síria: Surtos de cólera agravam situação na área da saúde, denuncia Bispo de Alepo

A FAIS em Portugal decidiu lançar neste Natal uma campanha de solidariedade

Foto: Fundação AIS

Lisboa, 28 nov 2022 (Ecclesia) – A situação nos cuidados de saúde na Síria “agravou-se” nos últimos tempos com o aparecimento de diversos surtos de cólera em todas as 14 províncias do país.

O Arcebispo Greco-Católico Melquita de Alepo, D. Georges Masri, mostra-se “muito preocupado com este surto de cólera, que estará relacionado com a utilização de água imprópria para consumo e que já causou, segundo os últimos dados divulgados pelas Nações Unidas, mais de 90 mortos, havendo mais de 35 mil casos suspeitos já relatados às autoridades”, lê-se num comunicado da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre.

Num contexto de “enorme pobreza e com infraestruturas na área da saúde destruídas ou não totalmente operacionais em resultado dos quase 12 anos de guerra civil, este surto de cólera na Síria é mais um sinal preocupante a que a Igreja está a dar toda a atenção”, refere a nota

Numa recente visita à sede internacional da Fundação AIS, na Alemanha, o arcebispo revelou a sua “inquietação especialmente pelos idosos e pelas populações mais pobres da Síria”.

“O aumento dos preços dos bens essenciais, resultado de uma inflação que tem vindo a crescer quase de dia para dia, também está a ter consequências dramáticas ao nível dos cuidados primários de saúde”, disse D. Georges Masri,

“A situação afeta especialmente os idosos, devido ao aumento do preço dos remédios”.

Após a epidemia do Covid19, este surto de cólera, detetado já em todas as províncias, “vem agravar este quadro muito negativo na área da saúde”.

A destruição dos hospitais e unidades de saúde por causa da guerra, o encerramento de fábricas estatais de medicamentos, o custo elevado das operações médicas e a falta de profissionais neste sector, são alguns dos sinais que preocupam mais os responsáveis da Igreja.

“Precisamos de jovens que estudem medicina e que fiquem no país”, diz D. Georges Masri.

A Fundação AIS está a apoiar os mais carenciados, nomeadamente, através da “construção de uma farmácia em Alepo para ajudar na distribuição de medicamentos à população. Apesar de ser uma farmácia da Igreja católica, ela está aberta a todo o público”.

Face à situação tão delicada em que se encontram as populações da Síria, mas também do Líbano, a Fundação AIS em Portugal decidiu lançar neste Natal uma campanha de solidariedade para com os cristãos destes dois países.

LFS

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