Fundação Ajuda a Igreja que Sofre diz que o número de pedidos de ajuda «aumentou» desde o início de 2013
Lisboa, 11 abr 2013 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS), organização católica dependente da Santa Sé, diz que a situação das populações sírias deslocadas devido à guerra civil é “dramática”, sobretudo entre a comunidade cristã.
Em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, o responsável internacional da instituição, padre Andrzej Halemba, sublinha que para os refugiados sírios cristãos “a tensão é insustentável” e que a Igreja surge atualmente como “o único apoio e ponto de referência” para aquelas pessoas.
No ano passado, a Fundação AIS conseguiu reunir cerca de 470 mil euros a favor das “estruturas da Igreja na Síria” e em “países vizinhos” como o Iraque, onde estão concentradas “as maiores comunidades de refugiados”.
O sacerdote considera “essencial” continuar com este esforço “através das dioceses e da Cáritas”, já que o número de pedidos de ajuda “aumentou” desde o início de 2013.
Neste momento, a principal preocupação da AIS é atender as comunidades concentradas nos territórios sírios de Aleppo e Vale dos Cristãos.
A mensagem da Fundação cita ainda dados avançados pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que descreve o dia a dia “preocupante” dos deslocados sírios.
De acordo com Adrian Edwards, porta-voz daquele organismo, existem campos de refugiados que atingiram um nível insustentável de “sobrelotação”, como na região de Dohuk, no noroeste da Síria, onde “milhares de famílias estão já a dividir as suas tendas com novos refugiados, já que 3500 pessoas não têm abrigo próprio”.
“Em consequência disto, o saneamento básico nestes campos está abaixo dos padrões humanitários considerados aceitáveis, havendo o sério risco de disseminação de doenças”, aponta aquele responsável.
De acordo com as informações mais recentes recolhidas pelo ACNUR, “o número de crianças menores de cinco anos com diarreia cresceu para o dobro nas últimas semanas”, entre os refugiados.
“Desde fevereiro, nove em cada 100 crianças por semana sofrem de diarreia” e “além disso, foram registados 62 casos de hepatite A desde o começo do ano”, adianta Adrian Edwards.
Até ao final do mês de março, cerca de 121 mil refugiados sírios estavam registados no Iraque, de um total de mais de 1,2 milhões que procuraram já refúgio nos países vizinhos.
Para além das questões relacionadas com a segurança, a alimentação e a saúde, a atenção das organizações humanitárias está também voltada para a recuperação social das crianças, já que “a esmagadora maioria passou por terríveis traumas decorrentes diretamente da guerra civil síria, que já causou mais de 70 mil mortos”, refere a AIS.
“Oferecer-lhes a possibilidade, mesmo que precária, de regressarem à escola nos campos de refugiados é visto como absolutamente necessário e prioritário”, conclui a organização ligada à Santa Sé.
JCP