Padre Andrzej Halemba realça desespero das famílias e o medo dos jovens devido à guerra
Lisboa, 30 set 2016 (Ecclesia) – O padre Andrzej Halemba, diretor do Departamento de Projetos do Médio Oriente, da Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS), realça “a situação terrível” que se vive na Síria, constatada numa visita recente àquele país.
Em entrevista à AIS, o sacerdote polaco destaca o cenário de “devastação” que encontrou devido à guerra civil que se prolonga há cinco anos, o drama das famílias que “já não se conseguem sustentar por si próprias” e a situação difícil dos jovens.
São cada vez mais os que “partem do país”, devido ao “desemprego” e ao “medo que os alistem no exército ou nos grupos rebeldes”.
Daí que “a grande maioria dos refugiados que chegam à Europa são jovens”, aponta o padre Andrzej Halemba.
Na sua passagem pela Síria, o responsável pelos projetos da Fundação AIS no Médio Oriente visitou as cidades de Damasco, Homs e Marmarita.
O conflito entre o exército do presidente Bashar al-Assad e os grupos rebeldes contrários ao regime já causou mais de 300 mil mortos e provocou milhões de deslocados.
Para o sacerdote, está em causa uma “crise humanitária de enorme dimensão” que tem que ser abordada com urgência pela comunidade internacional.
“Em Marmarita disseram-me: ‘padre, para nós é muito importante sabermos que não nos esqueceram…”, confidencia.
No seu esforço humanitário na Síria, a AIS já apoiou cerca de 200 mil cristãos vítimas de perseguição, no acesso a coisas básicas como “alimentos, roupa, medicamentos, gás e eletricidade”.
A organização católica ligada à Santa Sé ajudou ainda estas comunidades no acesso à habitação, uma vez que muitas pessoas “foram forçadas a abandonar as suas casas ou viram-nas destruídas por causa dos bombardeamentos”.
No próximo dia 18 de outubro, a Fundação Ajuda a Igreja que Sofre vai promover uma nova jornada mundial de oração pela paz na Síria,
Com recurso aos seus 22 secretariados espalhados pelo globo, e a todos os seus benfeitores e amigos, incluindo em Portugal, a AIS espera juntar simbolicamente “1 milhão de crianças em todo o mundo, através da mobilização das paróquias, comunidades cristãs e seus movimentos”.
Será “um intercâmbio de caridade através das orações”, antecipa o padre Andrzej Halemba.
JCP